Mais de uma centena de torcedores do São Paulo invadiu o centro de treinamento da equipe tricolor, na manhã deste sábado, na avenida Marquês de São Vicente, na zona oeste da cidade, durante protesto pela má fase do time, que venceu dois dos últimos dez jogos. Jogadores foram agredidos e objetos furtados.
Segundo apurou a ESPN, os policiais e os seguranças presentes não conseguiram conter os torcedores, que passaram pelos portões e se dirigiram aos campos do CT. Alguns carregavam uma faixa contra o presidente Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, com a mensagem "Fora Leco".
"Oooo, muito respeito com a camisa tricolor, filho da p...", gritavam ao entrar no local.
Durante a invasão os jogadores estavam treinando em um dos campos e, por isso, foram surpreendidos pela quantidade de torcedores. O clima ficou bastante tenso.
Com gritos, xingamentos e rojões, os invasores intimidaram os jogadores. Agrediram verbalmente todos, especialmente o trio Michel Bastos, Carlinhos e Wesley - os mais cobrados e criticados pelo grupo. O uruguaio Diego Lugano tentou conter os exaltados.
Diferentemente das informações iniciais, Michel Bastos, Carlinhos, Wesley e Wellington foram agredidos durante o protesto. A reportagem apurou também que algumas camisas e parte do material de treino dos atletas foi furtado durante a invasão ao CT. Foram dez camisas e 14 bolas.
O vice-presidente de futebol, Alexandre Medicis da Silveira, estava em dos campos e ficou ao lado do técnico Ricardo Gomes, que foi poupado no protesto.
Por volta das 11h35 (de Brasília) os torcedores deixaram o local, sem qualquer conflito com a polícia ou com o seguranças, embora o ambiente continuasse tenso. Do lado de fota, ocupado faixas da avenida, continuaram o protesto do lado de fora do CT.
Mesmo na rua repetiram as ameaças aos jogadores. Uma das críticas principais é a campanha no Campeonato Brasileiro - o time é o 11º, a quatro pontos da zona de rebaixamento. "Se cair para segunda divisão vocês vão morrer", gritaram alguns.
O São Paulo ainda não se posicionou sobre o ocorrido no CT, mas deve emitir uma nota oficial até o início da tarde deste sábado.
"Tomaremos todas as providências que se façam necessárias, certamente", disse Jacobson Neto à reportagem quase uma hora após o fim do protesto. O dirigente não confirmou se o clube faria um boletim de ocorrência contra os torcedores. "[Isso será] Discutido agora à tarde", informou à ESPN.
NÚMEROS DO PROTESTO
Segundo funcionários do São Paulo, eram cerca de 500 torcedores, membros de duas organizadas mais torcedores comuns. No início estavam presentes apenas três policiais. Doze viaturas chegaram depois que havia iniciado o protesto.
PROTESTO AGENDADO
A concentração de torcedores no local teve início a partir das 10h (de Brasília). Mais de uma centena aparecia na região, bloqueando até algumas faixas da avenida.
O protesto foi marcado no dia anterior. Mesmo ciente da situação, o clima não estava tenso no início da manhã deste sábado, mas ficou a medida que aumentou o número de torcedores.
Com policiamento presente e também o seguranças do clube tricolor, os torcedores faziam um protesto pacífico. Os alvos principais eram diretores e os jogadores Michel Bastos, Wesley e Carlinhos. Mas, por volta das 11h (de Brasília), um grupo conseguiu entrar no local, sendo acompanhado por dezenas e dezenas de outros torcedores.
O São Paulo perdeu na última quarta-feira para o Juventude por 2 a 1, no Morumbi, no primeiro jogo das oitavas de final da Copa do Brasil. Após a partida, um grupo de torcedores já havia feito um protesto forte no portão principal do estádio.
Neste domingo, o time enfrentará o Coritiba, também no Morumbi, pelo Campeonato Brasileiro. A torcida prometeu mais protestos durante o duelo.