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Quem leva a melhor sobre o outro ?

Set 09, 2016

Por ESPN                                                                              

 

Muita gente fez cara feia quando o banqueiro italiano Nicola Cortese, então presidente executivo do Southamptom, deu as suas impressões sobre o papel de um técnico durante a conferência "Líderes no Futebol", no fim de 2013.

"O técnico", disse Cortese, "tem um papel importante, mas, basicamente, ele é o chefe de um departamento como outros chefes de departamento". Era um resumo sincero da abordagem tecnocrática que o clube passava. Quem deve ter ficado feliz com a afirmação foi Mauricio Pochettino, treinador da equipe à época.

Cortese deixou o clube pouco depois, em janeiro de 2014. Onde quer que esteja, ele deve estar revendo suas convicções. Pochetitno acabou se transferindo para o Tottenham e cimentou sua posição entre os principais técnicos da Inglaterra. E as palavras "técnico" e "Inglaterra", na mesma linha, atingiram um status impensável. Nunca a presença de um treinador foi elevada a tão alta potência. Nunca os seis melhores times da Premier League foram conduzidos - e não é nenhum exagero dizer que foram definidos - pelo comandante do time. Muita coisa vai acontecer na Premier League, mas dá para dizer que a temporada 2016-2017 já está sendo definida pela competência - sorte? destino? predestinação? - desses indivíduos.

Pochettino é um desses caras, mas, nos últimos meses, raramente esteve no centro das atenções. Pudera... A contratação de Pep Guardiola pelo Manchester City roubou a cena. Aliada a ela, o esperado retorno de José Mourinho, agora no Manchester United, e a chegada de Antonio Conte ao Chelsea ganham os holofotes. A primeira temporada de Jürgen Klopp no Liverpool pode moldar o restante de seu mandato em Anfield, e Arséne Wenger entra em seu 20º ano no Arsenal - ora de sucesso, ora frustrante - com um inédito grau desafiador. Isso sem falar em Claudio Ranieri, que passou de inofensivo a letal com o histórico título do Leicester, e complete o panteão dos técnicos na Premier League.

Voltando a Wenger e a marca de 20 anos, nenhum dos integrantes desse seleto grupo vai passar - ou já passou - duas décadas no mesmo papel. O esporte muda demais. Talvez 20 anos sejam uma utopia, e talvez eles nem passem - ou tenham passado - 20 meses na mesma situação. Se, por um lado, o nível de excelência da Premier League é de se elogiar, por outro, a realização é mensurada em troféus, e isso pode tornar o seu prazo nesse panteão muito curto.

A linha é tênue. Que o digam nomes menos "atraentes", como David Moyes ou Mark Hughes.

Então, por que eles fazem isso? Guardiola resumiu o espírito em sua apresentação oficial no City, em 3 de julho. "[City] é completamente diferente. Todos dizem que é difícil. Não entendo a razão. Tenho de descobrir por mim mesmo. Tenho que ver com meus olhos". A Premier League teve um brilho extra na última temporada com a ascensão do Leicester City, enquanto a maioria das grandes ligas da Europa geralmente perdem suspense e dramaticidade na reta final.

Guardiola foi a maior contratação de um técnico na história do futebol inglês e trouxe com ele uma camada extra de legitimidades. Se os desafios com Barcelona e Bayern de Munique têm um nível de comparação, a Inglaterra traz mudanças de velocidade e de tons que podem exigir um domínio de qualidades muito diferentes dos que o levaram até o City.

No fim de julho, foi a vez de Conte prever a temporada - e o mesmo senso de oportunidade que levou Guardiola a mudar de ares. A ausência da Champions League no calendário em Stamford Bridge não impediu o italiano de deixar o trabalho na Juventus para se envolver no dia a dia de um novo clube, comprometimento que ele estava perdendo em Turim.

"Será uma batalha para terminar entre os quatro primeiros". A observação está longe de ser profunda, mas expõe uma verdade no mundo moderno. Por mais que olhemos para a imagem de sucesso e de fracasso, são os personagens - e as personalidades - no banco de reservas que vão dar o tom da narrativa da temporada.

Essa realidade é um tanto quanto nova. A Premier League tem um histórico de conflito entre técnicos pelo topo, de Kevin Keegan a Alex Ferguson em 1995-96 a Wenger contra ele mesmo e Mourinho. São, em geral, confrontos diretos, mano a mano. As batalhas, os jogos mentais e os insultos têm um alvo específico: em um exemplo recente, Wenger, segundo palavras de Mourinho, em fevereiro de 2014, era um "especialista em fracassos".

Com Mourinho, Guardiola, Conte, Wenger, Pochettino e Klopp na mesma liga, o instinto de qualquer torcedor fica atiçado para confrontos. Mourinho e Wenger vão se encontrar novamente em Old Trafford, em 19 de novembro, e haverá tanta - ou maior - atenção em um aperto de mão antes do jogo como na partida em si. Há muito tempo a inimizade latente entre Mourinho e Guardiola explode nas manchetes, e o fato de eles estarem na mesma Manchester se ajusta perfeitamente ao roteiro desejado da Premier League. Nas palavras de Mourinho, a relação será "normal" e ambos são "muito profissionais".

O senso de decoro pode não durar muito tempo, mas faz sentido que este núcleo de treinadores se sinta intrigado uns com os outros, bem como ameaçado pelos outros.

Klopp teve um tanto de compaixão com Conte durante a Eurocopa-2016, dizendo: "Ele foi bastante emocional, e eu pensei 'às vezes eu sou assim?'". Wenger descreveu a temporada 2015-2016 da Premier League como " um campeonato mundial de técnicos... Os melhores do mundo vieram para a Inglaterra para tornar a nossa vida ainda mais difícil". É uma concentração de talento que impõe respeito instantâneo, como se um grupo de elite de matemáticos criassem a sua própria classe após a escola para expor as suas ideias enquanto tentam suplantar um ao outro.

Com tantas personalidades ao redor do gramado, o futebol em si vai se tornar o centro das discussões?

Por um tempo, talvez. A disputa de seis lados será mais bem mensurada pelo fracasso do que pelo sucesso por uma questão matemática. Não há garantia alguma que um desses técnicos vá ganhar a Premier League, mas é certeza que apenas um ficará com o título e que pelo menos dois deles estarão vendo pela TV a Champions League 2017-2018.

Em um momento no qual a busca por sucesso instantâneo se torna mais forte, como um lugar fora do "Top 4" resultaria para o corajoso (mas relativamente sem recursos) Pochettino e e seu Tottenham após uma briga pelo título no ano passado? O que uma campanha fora dos dois primeiros lugares faria com Mourinho e seu United, recém-reforçado de Zlatan Ibrahimovic, Henrikh Mkhitaryan e o homem de 105 milhões de euros Paul Pogba, independentemente do quinto lugar da última temporada? Em um grupo com tanto poder aquisitivo e liderança, há um pouco de vergonha em terminar atrás de qualquer um. Tente dizer isso àqueles com implicações emocionais e financeiras em jogo; a liga pode ter atraído grandeza, mas ela vai rapidamente provar que não é suficientemente respeitadora disso.

ssa natureza competitiva foi retratada na última janela de transferências. O gasto dos clubes da Premier League ultrapassaram meio bilhão de euros no dia 1º de agosto. É uma disputa nas quais valores e contratações mantêm os torcedores felizes durante a abertura do mercado. Mas a verdadeira habilidade virá, de fato, com aqueles que conseguirem fazer a diferença.

Essa fascinação vem com o fato de que tudo isso está longe de pertencer a um grupo exclusivo. Ranieri fará 65 anos em outubro, mas o seu sucesso com o Leicester na última temporada confirmou seu lugar entre os melhores da liga. Ele mostrou como atravessar essa linha ao criar um sentimento maravilhoso ao redor de seu elenco. É uma sensação ecoada por Conte, que disse em sua primeira coletiva: "Eu quero que meus jogadores me sintam próximo deles. Sofro com eles e ganho com eles."

O excelente Slaven Bilic colocou o West Ham em um outro patamar na última temporada; Ronald Koeman mira manter sua boa trajetória no Southamptom agora com as cores do Everton, enquanto a formação de Aitor Karanka durante o período ao lado de Mourinho no Real Madrid parece preparada para voar alto com o Middlesbrough. Eddie Howe, do Bournemouth, também é outro que, em breve, deve trilhar um caminho de sucesso como técnico.

Para um trabalho com tão pouca "vida útil", as "ações" de um técnico de futebol não poderiam estar mais em alta. Se os protagonistas da temporada são meros chefes de departamento, segundo Cortese, então um grande número de promoções tem acontecido. Afinal, essas figuras carregam o futuro imediato das casas mais decoradas da Premier League, e talvez da própria liga, em seus ombros.

Apesar de ambos os técnicos rechaçarem, a rivalidade entre Guardiola e Mourinho tem mais potencial explosivo do que qualquer outra que a Premier League tenha visto. Isso vem desde 2009-2010, quando eles se encontraram quatro vezes com Barcelona e Inter de Milão, respectivamente; mesmo com estilos claramente tão diferentes, opostos, o lado de Mourinho prevaleceu na semifinal. As coisas mudaram no ano seguinte, quando Mourinho chegou ao Real Madrid: em abril, quando os dois se encontraram em outra semi da Champions League, eles estavam iguais.

"Ele está ganhando fora de campo a temporada toda. Deem a ele uma Champions League para que ele possa curtir e levar para casa. Na sala de coletiva ele é o p... do chefe e o que sabe mais que todo mundo", disse Guardiola, em resposta às falas de Mourinho, que disse que ele criticava demais os árbitros.

"Um dia, eu gostaria que Guardiola vencesse essa competição da forma apropriada", disse Mourinho, após o Barcelona ter vencido uma polêmica partida de ida por 2 a 0. Isso deu margem a um relacionamento conturbado, que continuou na época de Guardiola no Bayern de Munique. Eles podem disparar críticas no campo, mas, dentro das quatro linhas, Mourinho pode sentir que ele tem contas a acertar: Guardiola venceu seus times sete vezes, enquanto ele só ganhou três dos duelos entre os dois.

 

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