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Qual é o ponto fraco da seleção brasileira ?

Nov 15, 2016

Por ESPN                                                                                                  

 

"Em termos ofensivos, quanto mais ela se repetir, quanto mais ela tiver flutuações para ter jogadores no meio-campo com a capacidade, com o momento, de aparecer e criar. Mais do que o cara falar 'olha, eu gostaria de ter um meio-campo forte', é o timing desses jogadores trabalharem no meio-campo. O jogar sem pensar, que também vai se repetindo. Daqui a pouco tu aguarda dois, três tempos porque sabes que outro jogador vai aparecer. A profundidade quando um jogador arma e é bem marcado. 'Ah, o Neymar é bem marcado', quem vai dar profundidade daquele lado para gerar desconforto ao adversário? Qual é o lado que se pode tirar mais? Como vamos marca Cueva, como vamos marcar Guerrero? E aí temos osjogadores criadores... Há uma série de aspectos que a gente tem em termos de estratégia e na evolução da própria equipe. Bola parada nos primeiros jogos a gente fez gol, dá para aperfeiçoar em cima de posicionamento do adversário ou neutralizar. Tem uma série de coisas".

Essa foi a resposta de Tite para a pergunta que está no título deste texto e foi feita por mim ao treinador da Seleção Brasileira na coletiva pré-jogo contra o Peru, pelas eliminatórias para a Copa do Mundo de 2018. Onde a Seleção pode melhorar? Afinal, por mais que o retrospecto seja espetacular até agora, com cinco vitórias em cinco jogos, testes complicados contra adversários sul-americanos e 15 gols pró e somente um contra, se não estivermos diante de um novo Dream Team, esse time tem defeitos a serem explorados pelos adversários.

A resposta evidencia mais uma vez a enorme cobrança que o técnico tem sobre o próprio trabalho. Sabe que o time está jogando bem, e ressaltou isso em outros momentos, mas tem plena consciência de que há longo caminho para evolução. Como ele mesmo frisou em outro momento da conversa com os jornalistas, "são apenas cinco jogos".

Além da questão coletiva apresentada pelo treinador na resposta, aponto mais algumas em relação à lista de jogadores. A começar pelo gol, onde Alisson ainda não inspira a confiança necessária para ser o titular absoluto, e essa opinião é reforçada pela suplência na Roma. Fica a impressão, até mesmo olhando para os reservas Alex Muralha e Weverton, que Diego Alves precisa estar entre os arqueiros nacionais.

A quase perfeita defesa do Brasil, que sofreu gol apenas de si mesma (Marquinhos contra), é o ponto forte do equilíbrio desenhado por Tite. O setor defensivo do 4-1-4-1 funciona bem demais, ora com Casemiro à frente, ora com Fernandinho. Para situações de emergência, falta ainda um reserva para Daniel Alves. Se na zaga e na esquerda tudo está tranquilo com Thiago Silva e Filipe Luís, Tite ainda não teve tempo para testar alguém para a vaga do veterano lateral da Juventus. Algo que poderá ser solucionado nos amistosos de 2017, e será muito importante para grandes competições.

Esse é outro ponto importante: amistosos contra adversários grandes, de peso, principalmente da Europa no ano que vem para medir a força contra escolas diferentes da sul-americana.

Do meio para frente, a situação é mais cômoda, com jogadores como Giuliano e Douglas Costa pedindo passagem, mas apenas com o primeiro tendo chances reais de entrar no time caso Paulinho perca rendimento. Para o atacante do Bayern a concorrência com Neymar e Philippe Coutinho tem sido desigual.

Essa nova Seleção já conseguiu o mais difícil em pouco tempo: recuperar o carinho e a confiança do torcedor brasileiro. Além, claro, da parte tática e técnica - profundidade, amplitude, bloco ofensivo, fase defensiva, enfim, futebol moderno na prática.

A impressão que tenho, hoje em dia, é que voltou a ser prazeroso assistir um jogo do Brasil. Para quem é apenas torcedor, porque o time voltou a jogar bem. Para quem é mais analítico, porque é possível detectar um time bem treinado, armado e preparado. Há muito para evoluir, e todos da comissão técnica sabem, mas não há dúvidas que o caminho percorrido até agora leva a crer em um futuro promissor. Sem exageros e com os pés no chão.

 

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