A crise no Corinthians vive um novo capítulo.
Nesta terça-feira, um grupo de conselheiros do clube protocolou um requerimento pedindo a abertura do processo de destituição do presidente do Corinthians, Roberto de Andrade, que está no cargo desde 2015.
O pedido foi oficializado nesta terça-feira e tem assinaturas de 63 dos 345 integrantes do conselho deliberativo do clube.
O pedido será encaminhado ao presidente do conselho, Guilherme Strenger, que terá até cinco dias para encaminhar o requerimento à Comissão de Ética e Disciplina. Roberto de Andrade teria então um prazo de dez dias para apresentar sua defesa.
"Entrou hoje, foi protocolado, mas ainda não recebi. Sei que já entrou no Conselho. Ele vai ser encaminhado em cinco dias à comissão de ética, que notifica o presidente para apresentar defesa no prazo de 10 dias e indicar alguma prova que eventualmente ele queira produzir. Depois, a comissão de ética se reúne, elabora um parecer, manda este parecer ao presidente do Conselho, que chamo uma reunião extraordinária para isso ser votado. Tudo leva uns 30 dias. E depois disso a destituição ainda tem que ser ratificada pela assembleia dos associados", disse Strenger, ao ESPN.com.br.
O principal motivo do pedido se baseia nas assinaturas de Roberto de Andrade como presidente do clube antes mesmo de ser eleito, segundo revelou a revista Época. Na primeira, ele rubricou lista de presença de assembleia geral de cotistas da arena do clube.
Depois, o nome de Roberto de Andrade aparece em uma ata e no contrato do estacionamento do estádio com a Omni, empresa que controla também o programa de sócio-torcedor do clube, o Fiel Torcedor.
Andrade alegou que já estava em exercício quando assinou o contrato.
Segundo o estatuto do Corinthians, o presidente pode ser destituído caso tenha "acarretado, por ação ou omissão, prejuízo considerável ao patrimônio ou à imagem do Corinthians" ou "ter ele infringido, por ação ou omissão, expressa normal estatutária".
Se Roberto de Andrade for deposto, quem assume é o vice-presidente, André Luiz de Oliveira, o André Negão. Ele seria obrigado a convocar novas eleições, já que faltam mais de seis meses para o próximo pleito, em fevereiro de 2018.
André Negão vem sendo investigado na Operação Lava Jato por supostamente ter recebido R$ 500 mil em propinas durante a construção da arena.
O Corinthians ainda briga no Campeonato Brasileiro por uma vaga na próxima edição da Copa Libertadores da América. O time é o sétimo colocado com 54 pontos, um a menos que o sexto, o Botafogo.