7
Paulo Nobre foi eleito presidente do Palmeiras em janeiro de 2013 e reeleito em 2015. Quando assumiu o cargo, o time acabara de ser rebaixado para a Série B do Brasileirão, com uma dívida perto dos R$ 300 milhões. Neste sábado, Maurício Galiotte foi eleito para o cargo, e já fez promessas antes de assumir oficialmente, a partir de 15 de dezembro. Quase quatro anos e 76 reforços depois, o novo mandatário receberá um clube rentável. Mais do que isso, campeão brasileiro.
Dá para dizer que a trajetória de Nobre foi degrau a degrau. O time foi campeão da Série B (2013) e teve campanha sofrível na volta à Série A (2014). A mudança, pelo menos no quesito formação de time, ganhou novos ares com a chegada de Alexandre Mattos, que chegou para comandar o futebol em janeiro de 2015.
Com a dupla Nobre e Mattos, o Palmeiras perdeu a final do Paulista para o Santos (2015), mas deu o troco no rival da Vila Belmiro para celebrar o título da Copa do Brasil (no mesmo ano). Em 2016, o presidente se despede com a glória máxima: o título do Brasileirão após 22 anos de fila. Já o dirigente ainda não sabe se continua no clube na próxima temporada.
Para reformular o clube, Nobre abriu os próprios bolsos. Divulgado no fim de abril, o balanço de 2015 do Palmeiras mostrou que o clube ainda devia, no final do ano, R$ 93,3 milhões para o presidente. No fim de 2014, segundo o balanço palmeirense, a dívida era de R$ 104,8 milhões.
Pelo acordo aprovado pelo conselho do clube, o Palmeiras começou a pagar Nobre em maio de 2015. Para isso, terá que repassar 10% de todas as suas receitas, com um prazo de até 15 anos para ser quitada. O montante, no entanto, é maior, já que novos empréstimos, com valores ainda não revelados, foram feitos em 2016.
O mesmo balanço apontou que o Palmeiras arrecadou R$ 350,5 milhões e gastou R$ 339,6 milhões em 2015, com um superávit de R$ 10,9 milhões. Foi a primeira vez que a gestão Nobre apresentou números positivos, com déficits de R$ 22,6 milhões em 2013 e R$ 27,7 milhões em 2014.
Se o número de contratações chama a atenção, o de técnicos também não fica para trás: foram seis. Contando os interinos Juninho e Alberto Valentim, que assumiram nas entresafras, o total pula para oito.
Quando chegou ao clube, Nobre "herdou" Gilson Kleina, que ficou até 2014, dando lugar a Ricardo Gareca. O argentino saiu, e Dorival Júnior chegou, mas também não durou muito.
O ano de 2015 começou com Oswaldo de Oliveira no comando, mas o trabalho acabou em junho. Marcelo Oliveira assumiu, foi campeão da Copa do Brasil e permaneceu até março deste ano, quando foi demitido nos vestiários após a derrota por 2 a 1 para o Nacional-URU.
No mesmo mês, Cuca foi contratado e se tornou responsável pela conquista do título brasileiro após 22 anos de jejum. Como antecipou Mauro Cezar Pereira, comentarista dos canais ESPN, o treinador, que alega situações pessoais, não deve ficar no cargo na próxima temporada.
A gestão Nobre contratou 38 jogadores entre 2013 e 2014. Com Mattos, a partir de janeiro de 2015, foram mais 38 reforços, totalizando 76 atletas que chegaram ao clube.