Entre 2009 e 2013, o ídolo histórico Daniel Passarella conseguiu destruir o River Plate através da má gestão como presidente, culminando com o rebaixamento inédito à segunda divisão argentina.
Rodolfo D'Onofrio, que havia perdido a eleição para Passarella, assumiu o cargo máximo do clube millonario há quatro anos e promoveu uma verdadeira revolução nas finanças.
Quatro anos e nove títulos depois, o empresário do ramo de seguros conseguiu se reeleger no começo de dezembro com 75% dos votos e promete agora um River ainda mais forte para 2018 com contratações também milionárias, a mais falada até agora sendo a de Lucas Pratto, do São Paulo.
A diretoria do time de Buenos Aires pretende pagar US$ 10 milhões (R$ 33 milhões) para tirar o centroavante do Morumbi, e o ex-jogador de Boca Juniors e Vélez Sarsfield já admitiu que ficou "seduzido" com o interesse.
Como foi possível o River Plate ser resgatado em quatro anos?
Primeiro, a equipe econômica de D'Onofrio investiu no pagamento das dívidas. Em 2014, por exemplo, os débitos do clube estavam em 600 milhões de pesos (R$ 111 milhões na cotação atual) com diversos cheques "voadores" circulando.
O patrimônio líquido em 2013 era negativo em 110 milhões de pesos, ou -R$ 20,4 milhões. A falência quase completa.
"Se o clube executasse todos os seus bens, não conseguiria cobrir a dívida que tinha", revelou o tesoureiro Andrés Ballotta em entrevista ao site de torcedores La Pagina Millonaria.
Hoje, quatro anos depois, a diretoria millonaria tem as dívidas zeradas (de acordo com reportagem do jornal La Nación) e um patrimônio líquido positivo de 866 milhões de pesos, R$ 160,6 milhões.
Além disso, o River Plate nunca arrecadou tanto em sua história, deixando os rivais argentinos no chinelo: 2 bilhões de pesos, aproximadamente R$ 371,4 milhões, em 2017. As vendas têm grande parte nesse filão - 619 milhões de pesos, ou R$ 114 milhões -, e a diretoria fechou o ano no azul, pois investiu 400 milhões de pesos (R$ 74 milhões) em contratações.
O número de sócios e a baixa inadimplência também contribuíram para o crescimento financeiro do clube, principalmente nos primeiros meses da gestão D'Onofrio.
Com o aumento contínuo na arrecadação, o River Plate pode agora sonhar alto e competir com os rivais sul-americanos no mercado. Ou então investir em melhorias do Monumental de Núñez, uma das promessas do presidente em sua campanha de reeleição.