A possibilidade de não contar com Daniel Alves na Copa do Mundo ameaça mais do que apenas a lateral-direita da seleção brasileira. Entre os nomes de confiança de Tite, o jogador do PSG é mais do que só titular. É líder, capitão, referência, importante para Neymar... e mais uma longa lista de atributos valorizados pelo técnico – que anuncia sua convocação na próxima segunda-feira.
Daniel Alves teve, segundo seu estafe, “uma alta desinserção do ligamento cruzado anterior com uma entorse no póstero-externo”. O problema no joelho direito, sofrido na final da Copa da França contra o Les Herbiers, exigirá três semanas até uma nova avaliação. O PSG não descarta uma cirurgia.
Os substitutos
Desde que assumiu a seleção, Tite convocou apenas cinco laterais-direitos além de Daniel Alves. Marcos Rocha e Mariano, hoje, parecem descartados, e a disputa ficaria com o trio Fagner, Danilo e Rafinha. Nenhum deles, contudo, têm o mesmo nível do titular, além de outras questões relevantes.
Fagner, do Corinthians, por exemplo, é quem mais teve chances entre os três, tendo sido chamado oito vezes – mesmo número de Daniel. Só que ele não vem jogando, também lesionado, com problema muscular na coxa direita. A previsão é que ele só retorne no final deste mês.
Já Danilo não foi titular do Manchester City na temporada e, quando jogou, não atuou apenas como lateral-direito com Pep Guardiola. Foi também deslocado para o lado esquerdo, volante... Rafinha, do Bayern de Munique, por sua vez, só teve uma convocação com Tite e não o encanta.
Liderança e experiência
Na seleção, Tite adota o rodízio de capitães. Em 19 partidas, foram 15 jogadores diferentes vestindo a braçadeira. Ninguém, porém, foi tantas vezes escolhido como Daniel Alves, com quatro partidas.
E não foram em quaisquer compromissos que coube ao lateral a responsabilidade. Ele foi o capitão de Tite em jogos “grandes”, contra Alemanha (no reencontro após o 7 a 1), Colômbia (no que foi primeiro jogo do técnico no Brasil), Argentina e Inglaterra.
No atual grupo, Daniel Alves é também recordista em jogos. E, na Rússia, caso o lateral não seja convocado, o Brasil não deve ter nenhum jogador com mais de 100 aparições pela seleção. Em sua posição, especificamente, Fágner, Danilo ou Rafinha também nunca disputaram uma Copa.
É pela experiência e perfil ainda que o jogador é constantemente escolhido para atender à imprensa em momentos mais delicados – algo que também já havia acontecido com Luiz Felipe Scolari.
“Tutor” de Neymar
Entre as muitas declarações contundentes de Daniel Alves, não foram poucas as vezes que ele usou os microfones para sair em defesa de Neymar, na tentativa de aliviar a pressão para o companheiro.
Os dois, que atuaram juntos no Barcelona e agora no PSG, são amigos dentro e fora de campo, e Neymar costuma a se referir ao lateral como ídolo, irmão, entre outros elogios.
Foi, inclusive, por influência do craque, que Daniel Alves acabou indo para o futebol francês. Uma parceria iniciada na Espanha, quando o lateral serviu de referência para o jogador vindo do Santos em sua adaptação. Na seleção, desde a era Felipão, os dois também sempre estiveram próximos.