O dia 23 de junho de 2019 trouxe um marco na história do futebol feminino: a eliminação do Brasil para a França na prorrogação da Copa do Mundo feminina foi assistida por 35 milhões de pessoas, segundo o Ibope, se somadas as transmissões de TV Globo, Band e SporTV. Foi a maior audiência da história dos Mundiais femininos em todo o planeta. Dados que comprovam o aumento da visibilidade da categoria entre os brasileiros, que mesmo após a eliminação da seleção tornaram essa Copa a mais vista de todos os tempos. Um mês após o encerramento com título norte-americano, o futebol feminino segue ocupando manchetes no Brasil. A CBF demitiu Oswaldo Alvarez, o Vadão, e contratou Pia Sundhage para o cargo de treinadora da seleção. Enquanto a sueca se ambienta ao clima tropical, os principais campeonatos nacionais chegam aos seus momentos decisivos envolvendo os clubes mais populares do país.
A um ano das Olimpíadas de Tóquio, a contratação de Sundhage foi uma resposta da Confederação às críticas feitas a Vadão durante a Copa do Mundo, além do primeiro passo de reformulação da comissão técnica da CBF, que segue tendo Marco Aurélio Cunha como coordenador de futebol feminino. A estreia da bicampeã olímpica será em um torneio amistoso realizado no estádio do Pacaembu, em São Paulo, entre os dias 26 de agosto e 3 de setembro, que contará com as seleções convidadas da Argentina, Chile e Costa Rica. A tabela ainda não foi definida e a convocação deve acontecer duas ou três semanas antes da estreia. Em sua apresentação, a treinadora reforçou a necessidade de marcar mais amistosos contra equipes de alto nível, uma vez que não tem competições oficiais até 2020. “Sei que precisamos de partidas contra adversários bons, mas ainda não sei quantos”, disse.
Enquanto escolhe adversários, Pia também trabalha na renovação do elenco da seleção, que tem como principais referências Marta, Cristiane e Formiga, todas com mais de 33 anos de idade. Para isso, deve se atentar aos novos talentos que surgem nos campeonatos nacionais da categoria. A sueca chega ao Brasil no mês em que as duas divisões de futebol feminino brasileiro, a A1 e a A2, passam por momentos decisivos em disputas por título, acesso e rebaixamento envolvendo os clubes mais populares do país – tudo no primeiro ano em que a CBF obrigou as principais equipes brasileiras a formarem um time feminino profissional.
Na primeira divisão, a última rodada da primeira fase acontece neste domingo, 4, com todos os jogos simultaneamente às 14h (horário de Brasília). A competição é formada por 16 equipes que se enfrentam em formato de pontos corridos, com quatro rebaixados à segunda divisão e oito classificados para as quartas de final. Corinthians, 39 pontos, e Santos, 37 pontos, brigam pela liderança. Avaí/Kindermann, Flamengo e Internacional já estão classificados, enquanto Audax, Ferroviária, São José e Vitória brigam pelas três vagas restantes. O último tem o compromisso mais complicado, uma vez que precisa tirar um ponto de vantagem sobre o São José, oitavo colocado, e enfrenta o líder Corinthians fora de casa.
Na parte debaixo da tabela, Sport Recife e São Francisco da Bahia já estão rebaixados. Foz Cataratas e Vitória das Tabocas também estão na zona, mas ainda podem alcançar matematicamente Minas, Ponte Preta e Iranduba. Os quatro que caírem jogarão o Brasileirão A2 que, por sua vez, já definiu quem subirá no ano que vem: São Paulo, Palmeiras, Grêmio e Cruzeiro, que eliminaram respectivamente Taubaté, Chapecoense, América Mineiro e Ceará. Com o título em disputa, as semifinais da segunda divisão já tiveram as partidas de ida, nas quais o São Paulo venceu o Palmeiras por 1 a 0 na capital paulista e o Cruzeiro bateu o Grêmio por 2 a 1 em Porto Alegre. A volta em Belo Horizonte acontece neste sábado, às 19h (horário de Brasília), enquanto o segundo jogo do clássico está marcado para Vinhedo no próximo dia 11, domingo, às 14h (horário de Brasília).
A definição do segundo finalista acontecerá uma semana depois do primeiro porque São Paulo e Palmeiras se enfrentam neste sábado (dia 3) também em Vinhedo, na casa das palmeirenses, mas pelo campeonato paulista. Torneio estadual e nacional ocorrem ao mesmo tempo no calendário feminino. Os dois próximos clássicos serão com torcida única do Palmeiras, mas com entrada gratuita, como também foi a ida da semifinal, com mando tricolor no Pacaembu. No mesmo estádio, Corinthians e Flamengo também optaram pela gratuidade como método para atrair torcedores no jogo pela primeira divisão, no qual os alvinegros venceram por 1 a 0. O site da CBF não computa os públicos dos jogos que não tiveram ingressos vendidos, mas o evento envolvendo times com as maiores torcidas do país não encheu as arquibancadas do estádio. Pela televisão, é possível assistir na Band, que transmite um jogo por rodada todo domingo à tarde – o do próximo, 4 de agosto, será Corinthians x Vitória. O perfil da competição no Twitter, @BRFeminino, também faz transmissões ao vivo por streaming. Na rodada do Brasileirão A1 desse fim de semana, o jogo escolhido pelo perfil na rede social será Flamengo x São Francisco.