Três irmãos. Três jogadores de futebol.

Essa é a vida da família Pogba e dos irmãos Paul, Florentin e Mathias - os dois últimos, gêmeos. Um de muito mais sucesso, mas todos com histórias muito boas dentro do esporte.

Primeiro de tudo: sim, torcedor do Manchester United, Paul Pogba era torcedor assumido do Arsenal. Os três irmãos eram fanáticos pelos Gunners na época dos Invictos. "O Arsenal é meu clube de coração. Eu torço para eles desde sempre", contou Florentin em entrevista ao jornal "Daily Mail" quando defendia as cores do Saint-Etienne.

Paul Pogba admitiu também em entrevista ao site "FootballFocus": "Na França, eles eram muito grandes. Tinham muitos jogadores franceses. Eu era um grande torcedor do Arsenal, do Thierry Henry, eu assistia muito eles". Mas, calma, torcedor. O meia conta que "era", quando criança.

Os três irmãos (e toda a família) têm dupla nacionalidade.

Florentin e Mathias, ambos com 29 anos, nasceram quando os pais ainda moravam em Conakry, capital da Guinea. Quando tinham apenas oito meses, a família se mudou para França. Por isso, Paul é o único nativo francês, já que nasceu em Lagny-sur-Marne dois anos depois.

Por esse motivo, o meia do United defende as cores da França - também por opção, é claro - e os irmãos defendem a seleção da Guinea, apesar de todos terem jogado nas categorias de base francesas.

Paul tem 69 partidas pelo time principal e venceu a Copa do Mundo de 2018, na Rússia. Florentin, convocado pela primeira vez em 2010 para Guinea, tem 21 aparições e Mathias, convocado em 2013, tem apenas 5.

Até hoje, os três são "heróis" para os jovens quando visitam a cidade de La Renardière, na França (eles também defenderam o time local). São inspiração para os jovens jogadores.

Não é nada incomum que em jogos de qualquer um dos três tenha um setor reservado no estádio para família e amigos.

Em 2015, por exemplo, Mathias ganhou os holofotes. Recém-chegado ao Crawley, o objetivo era permanecer na terceira divisão inglesa e o próximo confronto - e decisivo - era contra o Coventry City. Paul, ainda na Juventus, estava lesionado, assim como Florentin no Saint-Étienne.

Conclusão: o recém-contratado pediu mais de 10 ingressos para levar o "bonde" que incluía suas tias e tios que moravam em Londres, assim que como todos os outros membros da família (irmãos e pais), além de amigos e até mesmo o treinador de seu time de infância em Paris. Todos presentes na final.

A cena se repetiu algumas vezes com os outros irmãos, principalmente quando Paul estava em campo em jogos de Champions League ou com a seleção francesa.

IRMÃO CONTRA IRMÃO
Apesar de todos serem jogadores, seus caminhos pouco se cruzaram. Na verdade, apenas uma vez jogaram contra.

Paul e Florentin estavam em campo no duelo entre Manchester United x Saint-Étienne pela segunda fase da Liga Europa na temporada 2016/2017.

O time inglês saiu vitorioso do confronto com um placar agregado de 4 a 0 - Paul não marcou - e acabou avançando na competição até se sagrar campeão contra o Ajax, quando, aí sim, o meia do United marcou para abrir o placar.

'POGDANÇA'
Com certeza você já viu, mas nunca é demais assistir de novo a dança da família Pogba:

POGBA... E MAHREZ?
Não, não existem rumores que Mahrez deixará o Manchester City para o outro time da cidade. A história desta vez é com Mathias e quando ainda brigavam por seu lugar ao sol.

Em Quimper, a 560 quilômetros de Paris, foi aonde a dupla jogou junta em 2009, pela quarta divisão francesa.

Enquanto o argelino buscava lugar no time principal, ainda muito jovem, dividiu apartamento com Mathias Pogba no centro da cidade.

"Como colega de quarto, primeiro de tudo eu não conseguia aguentar porque ele (Mahrez) não era organizado. Eu sou muito organizado, mas ele deixava o prato sujo na pia", conta Pogba. "Eu tive que 'domesticá-lo', colocá-lo em seu lugar e depois de dois ou três meses estava tudo bem".

Em entrevista a "BBC", Mathias conta que a dupla se alimentava muito mal, "basicamente bife e batata frita". "Uma vida de estudante. Dois garotos que não sabiam cozinhar e estavam sempre fora de casa".

Pogba também conclui que Mahrez é seu "irmão mais novo", além dos de sangue. Imagine: o quarto irmão Ryad Mahrez Pogba.

Mas também encheu a bola do irmão de sangue: "Ele pode ser tão bom quanto (Paul) Pogba? Acho que sim, se continuar o que está fazendo ele pode ser um jogador de elite".

ATAQUES EM PARIS
Pogba estava em campo, enquanto Mathias estava na arquibancada durante os ataques terroristas que aconteceram próximo ao Stade de France no dia 13 de novembro de 2015.

França e Alemanha jogavam quando o ataque coordenado pelo ISIS deixou 132 mortos no país.

Na época, Mathias estava de folga e foi à Paris visitar a família e ver o irmão em ação. O atacante havia acabado de se transferir para o Partick Thistle.

PERDA FAMILIAR
Infelizmente, em maio de 2017 a família Pogba perdeu seu pai, Fassou Antoine Pogba, aos 79 anos.

As causas da morte não foram reveladas. Na época, todos os três irmãos foram liberados por seus respectivos time.

DESTINO: ESPANHA?

A vontade de Paul deixar o Manchester United seria um complô da família Pogba?

Deixando as teorias da conspiração e brincadeiras de lado, é muito provável que tenha um motivo familiar por trás dos rumores de uma transferência para o Real Madrid, sim.

De acordo com o jornal "AS", todos querem se reunir na Espanha. Mathias já chegou e defende o Lorca, Florentin rescindiu contrato com o Atlanta United e pediu para seu empresário buscar um clube perto do irmão, enquanto rumores não param de aparecer sobre Paul indo para a capital.

Hoje, a mãe da família, Yeo Pogba, mora em Paris e deve se mudar também, caso tudo aconteça.

CARREIRA
A carreira de todos começou muito cedo e, da mesma forma, os irmãos se separaram rapidamente no mundo do futebol.

Os gêmeos seguiram sentido Espanha aos 17 anos, em 2007, para as categorias de base do Celta de Vigo, enquanto Paul foi chamado para a base do United aos 16, em 2009. Se todos tivessem decolado, seria possível formar um time com um Pogba na defesa, um no meio e um no ataque - imagine, novamente, se Mahrez fosse da família.

Para Paul a carreira decolou, estreou com a camisa vermelha em 2011, disputou apenas sete partidas e pediu para ser negociado por falta de oportunidades com Sir Alex Ferguson. E por apenas 1 milhão de euros na época, foi para a Juventus, onde disputou 178 partidas, marcou 38 gols, conquistou quatro vezes o Campeonato Italiano, duas Copas da Itália e uma Supercopa da Itália. Além, claro, de ser eleito como melhor jogador jovem da Europa, o prêmio "Golden Boy", em 2013.

Apesar do sucesso, não escondia a vontade de retornar ao seu time formador, o que aconteceu em 2016. E no dia 19 de agosto daquele ano vestiu novamente a camisa do Manchester United. Hoje, já conquistou a Europa League e a Copa da Liga Inglesa. Mas está sendo especulado, há duas janelas de transferências, com uma saída para o Real Madrid.

Atualmente, Paul, é avaliado em 80 milhões de euros no mercado.

Florentin não alcançou o mesmo sucesso, além de que se separou de seu irmão gêmeo após dois anos no Celta.

O zagueiro fez sua estreia profissional pelo Sedan, da França em 2010. Se transferiu para o Saint-Étienne em 2012 e ficou no time até 2018, quando começou a rodar por clubes de todos os lados. Títulos até aqui? Nenhum.

Foi emprestado ao Sedan novamente em 2018, antes de se transferir em definitivo para o Genclerbirligi, da Turquia, por seis meses. Quando acabou seu contrato, ficou sem clube por outros seis meses.

De graça no mercado, fechou com o Atlanta United, da MLS, e finalmente conquistou a taça da U.S. Open Cup e da Campeones Cup em 2019. Hoje, está sem time de novo - procurando uma equipe na Espanha - avaliado em 475 mil euros.

Mas sem dúvidas o que mais rodou foi o atacante Mathias. 10 clubes em 10 anos de carreira.

Depois das categorias de base no Celta, passou pelo Kaiserslautern, na Alemanha, onde se machucou e admitiu em entrevista que acreditou que sua "carreira fosse acabar antes mesmo de começar". Depois disso, foi estrear pelo Quimper, de volta à França, como profissional em 2009.

Depois foi de graça para o Wrexham, da Inglaterra, em 2010, que o vendeu para o Crewe Alexandra, também da Inglaterra, em 2012.

Saiu para o Pescara, da Itália, em 2014, que o vendeu para a Inglaterra, ao Crawley Town, de novo em 2015.

No mesmo ano, seis meses depois, foi para a Escócia defender o Partick Thistle (time que defendia nos tempos do atentado em Paris), que o vendeu no ano seguinte (2016) para o Sparta Rotterdam. Em 2017 ficou sem clube.

Retornou para a França em 2018, para o Tours e foi vendido para o Ciudad Real, da Espanha, antes de ir para o Locar, também da Espanha, time em que joga hoje e é avaliado em 150 mil euros.

Ah, é. Os títulos... uma taça da terceira divisão inglesa com o Crewe Alexandra em 2012/2013.

Sua carreira foi realmente complicada e cheia de lesões - pelo menos uma para cada time que passou - e não conseguimos descobrir uma coisa: como ele ainda consegue jogar com aquele joelho direito.