Às vésperas de assumir a presidência da Federação Internacional de Atletismo (IAAF), o britânico Sebastian Coe não demorou a rasgar elogios ao jamaicano Usain Bolt. O novo chefão do atletismo mundial destacou a força do Raio, responsável por três medalhas de ouro no Mundial de Pequim, e o comparou a um dos maiores pugilistas da história.
"Desde Muhammad Ali nos anos 60 e 70, nenhum outro esportista cativou a imaginação do público como fez Bolt', afirmou Coe.
No Ninho do Pássaro, palco do início de sua hegemonia nas Olimpíadas de 2008, o jamaicano faturou o título nos 100m, 200m e 4x100m e chegou a sua 11ª medalha em mundiais. Coe reconheceu que Bolt desperta o interesse dos espectadores na modalidade, mas refutou a ideia de o atletismo perder força com a possível aposentadoria do Raio após os Jogos do Rio 2016.
"Não deveríamos estar preocupados, porque em nosso esporte temos alguns dos mais espetaculares talentos sobrehumanos. O desafio é conseguir que as pessoas saibam que existem esses outros atletas. Nos anos 60 e 70 também se falava muito sobre se seria possível que houvesse outros minutos depois de Alí, e houve", acrescentou Coe.
O dirigente se incomodou com as perguntas relacionadas ao escândalo de doping que a IAAF enfrenta e destacou as tentativas de erradicar o problema. No Mundial de Pequim, foram registrados apenas dois casos. As quenianas Joyce Zakari e Koki Manunga, dos 400m livres e com barreiras, respectivamente, foram flagradas em testes e acabaram suspensas provisoriamente.
"Foram feitos grandes esforços nesse sentido. Controlamos estritamente a dopagem e alcançamos grandes resultados em mais de 150 países com mais de 600 programas antidoping", resumiu o bicampeão olímpico nos 1.500m (Moscou 1980 e Los Angeles 1984).
Coe ficará no cargo por quatro anos e tem a missão de continuar desenvolvendo o esporte em meio ao maior escândalo de doping da história do esporte. Sob a premissa de renovar a entidade após a polêmica, o britânico sucede o senegalês Lamine Diack, que estava no comando desde 1999.