Campeão do Mundial de Clubes e eleito melhor jogador do torneio pela Fifa, Vinicius Jr. voltará a campo pela primeira vez por LaLiga após o título neste sábado (18), às 17h, quando o Real Madrid visita o Osasuna, às 17h, com transmissão ao vivo pela ESPN no Star+. A última vez que o brasileiro entrou em campo pelo Campeonato Espanhol, no entanto, deixou um gosto amargo na boca do atacante.
Um gosto que, infelizmente, Vinicius tem enfrentado frequentemente: o amargor das ofensas raciais.
O jovem de 22 anos foi alvo de manifestações racistas na partida contra o Mallorca, a última antes do embarque para o Mundial de Clubes. Câmeras de TV flagraram um torcedor gritando cânticos ofensivos contra Vinicius Jr. durante a derrota dos merengues por 1 a 0.
Não bastasse a marcação dura (e muitas vezes desleal) de marcadores adversários dentro de campo, o camisa 20 passou a conviver com manifestações racistas vindas de torcedores.
Isso aconteceu em três ocasiões apenas nos últimos meses. Além do incidente diante do Mallorca, Vinicius esteve na mira de ataques racistas em jogos contra Valladolid e Atlético de Madrid.
Neste último, horas antes do clássico pela Copa do Rei, torcedores de uma organizada colchonera colocaram um boneco com uma camisa de Vinicius Jr. pendurado em uma ponte em Valdebebas, em frente ao CT do Real Madrid.
Quis o destino que fosse justamente do brasileiro o gol que sacramentou a vitória por 3 a 1 e a classificação merengue à semifinal naquela partida. “Me deu um arrepio, fiquei embargada”, disse Anielle Franco, ministra da Igualdade Racial, em entrevista exclusiva à ESPN.
“Tenho feito reuniões com a embaixada da Espanha. Solicitamos à vice-presidente (Yolanda Díaz) uma reunião para pensarmos medidas sobre isso. Acho que tem muita coisa que podemos fazer. Estamos acompanhando de perto, ele não está sozinho. Esperamos que em algum momento eles saibam que nós estamos tentando entrar em contato, nem que seja para ir até lá, pensar ações. Nós vamos fazer”.
Ministra da Igualdade Racial no Brasil, Anielle Franco concedeu entrevista exclusiva à ESPN e contou proposta do governo para combater racismo sofrido por brasileiros na Espanha
À ESPN, Anielle Franco detalhou que o plano de aproximação do Ministério da Igualdade Racial brasileiro passa também por Irene Montero, que representa o Ministério da Igualdade dentro do governo da Espanha. A urgência do encontro ficou ainda maior após o armador Yago, que atua pelo Ratiopharm Ulm, da Alemanha, ser vítima de racismo durante partida de basquete na Espanha.
Durante jogo contra o Club Joventut Badalona, pela Eurocopa, o atleta foi chamado de "mono" ("macaco", em espanhol) por uma torcedora, que em seguida deu risadas.
“A gente vai buscar que tenha essa relação e aproximação com a ministra da Igualdade. Eu solicitei uma reunião através da embaixada da Espanha para debater sobre o tema. Estamos falando sobre trabalhadores brasileiros. Às vezes as pessoas têm preconceito com isso. Nós vamos fazer com que esses laços sejam estreitados. É inadmissível que os meninos passem o que estão passando”.