Bruno Lage, do Botafogo, reclama durante jogo com o Corinthians Ricardo Moreira/Getty Images
John Textor teve a coragem que cartola brasileiro nunca tem.
Quando contratou o português Luís Castro para o seu Botafogo, ouviu muitas vezes a torcida do clube chamar em coro o treinador de "burro".
O americano pouco se importou e manteve Castro, que teve tempo para montar o time que realizou campanha espetacular no começo do Brasileiro e fez o clube sonhar com o título que não conquista desde 1995.
Um baita acerto.
Agora, Textor vive um desafio idêntico.
O técnico do Botafogo é outro português: Bruno Lage. Enfurecida com a fase ruim do time, e vendo a vantagem na liderança evaporar, a torcida alvinegra, novamente em coro, chamou Lage de "burro após o empate contra o Goiás.
Textor acertou em bancar Castro. Pode cometer um erro crucial se fizer o mesmo com Lage.
Não só pelo futebol lamentável do Botafogo nas últimas quatro rodadas do Brasileiro, quando conquistou apenas um ponto. E por ter sido eliminado na Copa Sul-Americana.
Mas por existir uma diferença essencial entre Castro e Lage.
O primeiro demorou para se adaptar. Mas logo de cara deixava claro que tinha entendimento do que era o futebol brasileiro e, principalmente, o Botafogo.
Lage até agora foi um grande trapalhão.
runo Lage, do Botafogo, reclama durante jogo com o Corinthians Ricardo Moreira/Getty Images
Entrevistas desastrosas, deixar o craque do time no banco e gestos equivocados, como aplaudir a torcida quando só se ouvia vaias, montam um combo de erros do treinador.
O Botafogo é ainda o favorito para ganhar o Brasileiro. Mas terá que superar os erros do seu técnico para isso.
Decisão difícil terá que tomar Textor.