Tiago Nunes durante vitória do Corinthians sobre o Palmeiras, pelo Paulistão Rodrigo Coca/Ag Corinthians
Nesta quinta-feira (23), o Botafogo conta com a estreia do técnico Tiago Nunes para vencer o Fortaleza, às 19h (de Brasília), no Castelão, em partida atrasada da 29ª rodada do Campeonato Brasileiro.
Apresentado oficialmente na última terça-feira (21) com promessa de recuperar o emocional do Fogão, o treinador gaúcho iniciou sua carreira nos anos 2000, mas começou a ganhar fama nacional a partir de 2018.
Nos últimos cinco anos, o comandante teve uma trajetória marcada por títulos importantes e vários grandes triunfos, mas também por desentendimentos com dirigentes e jogadores, entre outras polêmicas.
Relembre abaixo as principais histórias:
Títulos e mágoa no Athletico-PR
Tiago Nunes iniciou sua carreira de treinador em 2016, mas ganhou fama nacional a partir de 2018, quando assumiu o Athletico-PR.
No Furacão, ele faturou a CONMEBOL Sul-Americana de 2018 e a Copa do Brasil de 2019, dois dois maiores títulos da história da equipe.
Além disso, ainda venceu outros troféus importantes, como o Paranaense de 2018 e a Levain Cup (antiga Copa Suruga) de 2019.
Na reta final de 2019, porém, Tiago decidiu não renovar seu contrato com a equipe rubro-negra, aceitando proposta para assumir o Corinthians na virada do ano.
O clube curitibano não engoliu bem a situação e emitiu uma nota oficial apócrifa detonando o gaúcho.
"A memória é curta no futebol. Tiago Nunes esqueceu muito rápido que poucos meses atrás treinava o time sub-19 do Furacão", escreveu a equipe, em um dos trechos do comunicado.
Em janeiro de 2020, já oficializado como treinador corintiano, Nunes concedeu entrevista ao GE e disse que ficou "magoado" com a nota do Athletico.
Apesar do comunicado não ter sido assinado, o técnico direcionou sua mágoa para Mário Celso Petraglia, presidente do Conselho de Administração da equipe.
"Fiquei chateado com a nota que foi emitida, mas não esperava nada diferente do presidente do Conselho, até porque é algo que já é histórico", afirmou.
"Quando cheguei ao Athletico, o presidente era xingado pelo torcedor em todos os momentos do jogo, inclusive eu publicamente algumas vezes fui defendê-lo e pedir que o torcedor não fizesse isso. O tempo passou, a gente conquistou, mudou o time daquela situação incômoda, e como já aconteceu com outras pessoas que lá estiveram, sempre que você diz 'não' ao presidente, você acaba saindo como o anti-herói", reclamou.
Tudo errado no Corinthians
A passagem de Tiago Nunes pelo Corinthians não saiu nem um pouco como esperado.
Logo após chegar, ele tentou mudar a cultura de jogo do clube, trocando o futebol de defesa forte e contra-ataque pela ofensividade e proposição de jogo.
No entanto, seu trabalho naufragou rapidamente, principalmente com a interrupção do futebol mundial causada pela pandemia de COVID-19.
Quando houve o retorno ao esporte profissional, Nunes foi vice do Paulistão para o rival Palmeiras e iniciou o Brasileirão de forma trepidante, sendo demitido em setembro.
Sua passagem também acabou marcada por atritos com muitos atletas veteranos do elenco, o que também acabou minando seu trabalho.
Em uma longa entrevista à ESPN, concedida em dezembro de 2020, Tiago resumiu todos os problemas que teve no Parque São Jorge.
"(No Corinthians) Eu trabalhei três meses. Teve o Paulista e a Florida Cup, onde eu fiz a preparação. Aí paramos para a quarentena, quase quatro meses, mais de 100 dias. Voltamos, e eu fiquei mais dois meses e meio. Se você pegar um processo de continuidade, ele não existiu", argumentou.
"Foram 28 jogos, e se você consegue mudar um time em 28 jogos, temos maneiras diferentes de avaliar. A continuidade não existiu. Eu não consigo enxergar uma mudança (em uma cultura) tão impregnada e tão enraizada como havia. Tanto que tenho que tentar mudar muito as características do jogadores", acrescentou.
Apesar disso, o gaúcho afirmou que "não se arrepende" de ter trocado o Athletico-PR pelo Corinthians e disse inclusive que não veria problemas em retornar ao Timão algum dia.
"Cornetadas" no Grêmio
Tiago Nunes chegou ao Grêmio em abril de 2021, após a demissão de Renato Gaúcho, e logo de cara já ganhou dois títulos.
Mesmo com apenas um mês de trabalho, ele faturou a Recopa Gaúcha e Campeonato Gaúcho daquela temporada, dando início ao que parecia que seria um trabalho promissor.
Todavia, o encanto acabou com a mesma rapidez...
Logo que o Brasileirão começou, o Imortal teve dois empates e cinco derrotas nos primeiros sete jogos, seu pior início na era dos pontos corridos.
Os resultados, que acabariam sendo decisivos para o rebaixamento do Imortal ao final do ano, também colocaram ponto final no trabalho de Nunes.
Em 4 de julho, depois de um revés para o Atlético-GO, Tiago foi demitido, mesmo após apenas 20 jogos no comando do Tricolor.
Sua insistência no tema, inclusive, voltou a gerar atrito com os atletas, assim como havia acontecido no Corinthians.
"O Grêmio teve um problema seríssimo de preparação física. O (preparador físico) Reverson (Pimentel), quando cheguei, já estava tentando melhorar. Os caras jogavam futevôlei fora do horário de treino para compensar o que não treinavam", disparou.
"Tivemos que acabar com algumas coisas ali dentro que eram surreais. O futebol não estava tão profissional como deveria ser. Quando a gente começa a sistematizar algumas coisas, gera a discórdia, atrito e divergência", analisou.
Próximos jogos do Botafogo:
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Fortaleza (F) - 23/11, 19h (de Brasília) - Brasileirão
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Santos (C) - 26/11, 16h (de Brasília) - Brasileirão
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Coritiba (F) - 29/11, 21h30 (de Brasília) - Brasileirão