O clube ainda avalia a troca de bloco nos bastidores, mas a decisão pode ter impacto importante nos valores já negociados pelos clubes com a Globo.
Com a presença do Corinthians, na figura do diretor financeiro Rozallah Santoro, os clubes da Libra decidiram, em reunião no início do mês, avançar na negociação com a Globo e fechar a venda dos direitos de transmissão de seus jogos do Brasileirão de 2025 a 2029 por R$ 1,3 bilhão.
Os alvinegros, no entanto, alertaram no encontro que gostariam de entender melhor os moldes do movimento, já que toda a construção da Libra, e a própria negociação da Globo, aconteceu durante a gestão passada do clube, com Duílio Monteiro Alves – que foi sucedido por Augusto Melo.
Depois disso, o Corinthians foi procurado pelos investidores ligados ao Forte, Life Capital Partners (Carlos Gamboa), General Atlantic, XP Investimentos e a Live Mode, com a promessa de que seria possível conseguir valores maiores em relação aos negociados com a Libra.
O problema é que, em caso de saída do Corinthians do bloco, o valor negociado com a Globo, de R$ 1,3 bilhão, diminuiria para os demais. Um cenário que já gera diferentes cálculos nos bastidores.
A Libra tem uma projeção de que um eventual “racha” com o Corinthians representaria uma queda de 10% no valor pago pela Globo. Restaria ainda quase R$ 1,2 bilhão pago pela emissora para ser dividido entre os demais clubes do bloco.
Há uma outra projeção, contudo, mais drástica, que a Globo tiraria toda a fatia que caberia ao Corinthians no bolo total de R$ 1,3 bilhão. Segundo apurou a ESPN, isso representa 21%, quase R$ 280 milhões.
O cenário ainda poderia se agravar em caso de saída do Santos, outro clube com nova diretoria – Marcelo Teixeira sucedeu a Andrés Rueda na presidência – e com proposta dos investidores do Forte, também como revelou a ESPN. A “fatia” santista no bolo de R$ 1,3 bilhão é de cerca de 11%
Na possibilidade de a Globo tirar da proposta todo dinheiro da dupla paulista, restaria pouco mais de R$ 880 milhões para ser dividido entre clubes como Flamengo, Palmeiras, São Paulo...
Além de Corinthians e Santos, integram a Libra: ABC, Atlético-MG, Bahia, Flamengo, Grêmio, Guarani, Ituano, Mirassol, Novorizontino, Palmeiras, Paysandu, Ponte Preta, Red Bull Bragantino, Sampaio Corrêa, São Paulo e Vitória.
Já o Forte é formado por Athletico-PR, América-MG, Atlético-GO, Avaí, Brusque, Chapecoense, Ceará, Criciúma, CRB, CSA, Cuiabá, Figueirense, Fluminense, Fortaleza, Goiás, Inter, Juventude, Londrina, Náutico, Operário, Sport, Tombense e Vila Nova.
Botafogo, Coritiba, Cruzeiro e Vasco estão em um terceiro bloco, o União, que está alinhado com o Forte para a negociação com investidores e venda dos direitos de transmissão.