O Supremo Tribunal Federal (STF) negou nesta quinta-feira o pedido de habeas corpus para o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Marco Polo del Nero, que é investigado pela CPI do Futebol. O pedido tinha como objetivo impedir sua prisão durante as investigações e lhe dar o direito de permanecer calado em futuro depoimento.
A solicitação de Del Nero foi feita há uma semana por três advogados dele, entre os quais José Roberto Batochio, Guilherme Octávio Batochio e Carlos Eugênio Lopes, este da CBF. O ministro do STF, Gilmar Mendes, foi quem julgou o pedido.
O presidente da CBF é suspeito de ser o 'co-conspirador número 12' de uma investigação feita pela Justiça dos Estados Unidos, por isso se resguarda. Ele não deixa o país desde maio, quando em viagem à Suíça viu de perto seu antecessor, José Maria Marín, ser preso por corrupção. Neste período, o cartola faltou em nove compromissos da seleção brasileira em que supostamente deveria estar, entre eles a Copa América do Chile.
Carolina Galan, ex-namorada de Del Nero, teve um pedido de quebra de sigilo bancário por suspeita de ter recebido cerca de R$ 1 milhão do mandatário enquanto estavam juntos.
Quem está à frente da CPI do Futebol é o ex-jogador e hoje senador Romário (PSB-RJ). A comissão investiga acordos de patrocínio no futebol após as acusações do Departamento de Justiça dos EUA que abalaram o esporte.
A CPI pretende investigar 23 requerimentos que pedem a investigação de pessoas que tiveram ligações com a CBF. Além da quebra de sigilo bancário, os requerimentos também devem olhar sigilos telefônicos.
O Comitê Organizador da Copa do Mundo de 2014 (COL) também terá a quebra de sigilos pedida. A CPI deve averiguar se todos os trâmites envolvendo a organização foram dentro da lei.