O governo suíço informou que dois dirigentes da Fifa foram detidos na manhã desta quinta-feira, suspeitos de aceitar subornos, confirmando informação antecipada pelo jornal norte-americano "New York Times" sobre uma nova onda de detenções de membro da entidade.
Juan Angel Napout, presidente da Conmebol, e Alfredo Hawit, presidente da Federação Hondurenha de Futebol e presidente interino da Concacaf, foram os dois detidos. Segundo a justiça suíça, ambos rejeitaram ser extraditados aos Estados Unidos.
"Os dirigentes da Fifa são suspeitos de aceitar dinheiro em troca da venda dos direitos de 'marketing' relacionados com a transmissão de campeonatos na América Latina e com partidas das eliminatórias para a Copa do Mundo", afirma o ministério da Justiça suíço em comunicado.
Em nota publicada em seu site oficial, a Fifa limitou-se a dizer que está ciente das prisões e que contribuirá com as investigações, mas que não voltará se pronunciar nesta quinta.
"A Fifa está ciente das ações tomadas hoje pelo Departamento de Justiça dos EUA. A Fifa vai continuar a cooperar totalmente com as investigações norte-americanas, como permitido pelas leis suíças, assim como a investigação liderada pela Procuradoria Geral Suíça. A Fifa não fornecerá mais comentários sobre os acontecimentos", escreveu a entidade.
Segundo o "New York Times", a operação prevê a prisão de mais pessoas, entre funcionário e ex-funcionários da Fifa. As detenções acontecem a pedido da Justiça dos EUA, sete meses depois do estouro do escândalo que colocou dirigentes como o ex-presidente da CBF José Maria Marin atrás das grades.
Joseph Blatter, presidente demissionário e atualmente suspenso da Fifa, não está entre as pessoas procuradas em Zurique, segundo o jornal norte-americano, que afirma que a maioria das pessoas envolvidas são representantes de confederações da América do Sul e Central.
As detenções começaram às 6h (3h de Brasília) no hotel Baur au Lac, o mesmo local onde ocorreu a primeira série de detenções em 27 de maio. Assim como há sete meses, os dirigentes estão reunidos para encontro do Comitê Executivo, que acontece em Zurique.
Em maio, além de Marin, foram presos Jeffrey Webb (ex-vice da Fifa e ex-presidente da Concacaf), Eugenio Figueredo (ex-presidente da Conmebol), Eduardo Li (ex-presidente da Federação da Costa Rica), Julio Rocha (ex-presidente da Fed. de Nicarágua), Costas Takkas (assessor de Webb) e Rafael Esquivel (ex-presidente da Fed. Venezuelana).
Ironicamente, o encontro do comitê executivo em curso tinha como objetivo abordar as reformas planejadas pela Fifa para recuperar credibilidade.