A coluna ‘E aí, Joe?' ganha uma cara especial e um nome novo essa semana. Afinal de contas, nenhuma pergunta é mais relevante que essa: e agora, Anderson Silva?

A derrota deste sábado para Michael Bisping coloca um ponto de interrogação no futuro do brasileiro. O que fazer agora: continuar lutando e se arriscar a colocar mais derrotas em seu cartel até então quase intacto ou se aposentar sem ao menos ter o gostinho de mais uma vitória?

Antes de tudo, essa pergunta só pode ser respondida por ele mesmo. Afinal, ele é quem tem que saber da vida dele e decidir o momento em que deve ou não parar. A função do blog aqui é só levantar possibilidades e tentar entender o que cada uma delas pode significar.

Apesar da derrota, a luta com Bisping mostrou que Anderson tem sim forças para continuar lutando. Sim, é verdade que o queixo já não é tão de aço quanto costumava ser. Mas o velho Spider esteve em Londres, com uma esquiva ótima e uma precisão incrível de golpes.

O gás também não faltou. Até o fim, Spider parecia que poderia nocautear a qualquer momento - e dava a impressão também que não estava tão interessado assim em fazer isso, talvez por ‘birra' de seu ‘nocaute' ter sido anulado no terceiro round.

Assim, fisicamente, Anderson está apto a seguir lutando.

Mas e emocionalmente? Quais serão as motivações dele a partir de agora?

Uma corrida pelo cinturão já parecia improvável e, após a derrota, agora é até impensável. Vê-lo lutando com nomes desconhecidos, como um Derek Brunson, por exemplo, também é bastante incoerente a essa altura do campeonato.

A solução seria Spider seguir a base das superlutas. Mas com quem? Ele já avisou várias vezes que não gostaria de enfrentar Lyot Machida e nem Ronaldo Jacaré, ex-companheiros de treino. Chris Weidman vai disputar o cinturão mais uma vez, parece estar em um patamar bem acima. Michael Bisping acaba de derrotá-lo.

Restam poucas opções. A principal delas é Vitor Belfort, por toda história entre os dois. Mas o Fenômeno, que enfrenta Jacaré em maio, está muito mais preocupado com o título que com Anderson.

Gegard Mousasi, que bateu Thales Leites em Londres, e Tim Kennedy até poderiam ser bons rivais, mas também não possuem um nome tão relevante assim.

Sobraria para Dan Henderson, em um duelo de veteraníssimos. Só que Hendo já tem seus 45 anos e tem luta marcada com Lyoto para abril. Se perder, ele continuaria a lutar após mais uma derrota? Já são seis nas últimas oito aparições...

E, por outro lado, Anderson Silva passa a enfrentar também esse dilema. Qualquer um dos grandes nomes o colocaria em risco de embalar mais uma derrota. Seria a terceira dele em quatro lutas, sendo que a outra terminou ficando em um No Contest.

Por outro lado, um dos maiores lutadores de todos os tempos mereceria parar ao menos com um triunfo, não?

As dúvidas e as possibilidades são muitas. A resposta, só Anderson poderá descobrir.