No primeiro tempo de jogo o Brasil teve 50% de posse de bola. Como em 45 minutos de futebol ela rola em média perto de meia hora, significa que nos 15 em que a pelota passou pelos pés brasileiros 20 chutões foram dados. Isso mesmo, na etapa inicial diante do Paraguai, a equipe de Dunga acumulou duas dezenas de rebatidas.
Para efeito de comparação, Oeste e Capivariano somaram 17 cada na metade inicial de seus jogos contra o Corinthians no atual campeonato paulista, quando foram muito atacados e derrotados em Itaquera. Um dado que torna inconstestável a pressão sofrida pelo time brasileiro durante todo o primeiro tempo e parte do segundo.
Acuado, encolhido, amedrontado, sufocado pela limitada e não mais do que valente equipe guarani. Mas pelo que disse Dunga, o que valeu foi apenas a pressão brasileira na parte final do jogo, quando os paraguaios se encolheram, pregados e aí sim deram 25(!) chutões em 45 minutos e levaram dois gols.
Técnico e os que o cercam ao que tudo indica admitem o Brasil jogando no nível do Paraguai, dividindo o mesmo comportamento com o atual time do país vizinho, inferior a outros de sua história recente. Eles pensam assim, agem assim, não são capazes de oferecer mais. É o limite dessas pessoas à frente de uma equipe de futebol.
Nós não precisamos pensar da mesma forma, concordar com isso, tolerar raciocínio tão ordinário. Pensar assim é aceitar a mentalidade medíocre que impera no comando do atual time cebeefiano. É permitir que insistam na ideia de que o atual técnico será capaz de transformar o atual grupo de jogadores numa boa equipe.
O Brasil está em sexto lugar na corrida pela classificação para a Copa do Mundo de 2018. Isso num torneio que de verdade tem sete candidatos às quatro vagas diretas e à possibilidade da quinta pela repescagem. Sim, pois Peru, Bolívia e Venezuela são apenas figurantes. E não fosse o 2 a 2 no fim estaria em sétimo.
Vergonhoso, menos de dois anos após os 7 a 1 algo inaceitável. A humilhação parece esquecida por quem deveria se lembrar dela diariamente. Enquanto isso, o time que representa o futebol brasileiro no exterior segue cavando o próprio buraco para mostrar que o poço no qual os alemães o atiraram é ainda mais fundo.