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O que passa na cabeça do melhor do mundo ?

Jun 27, 2016

Por ESPN                                                 

 

 

Silva corre para bater o pênalti.

Messi está no meio-campo, envolto pelo braço direito de Kranevitter.

Silva chuta forte, rasteiro, no canto direito de Romero.

Messi olha.

Silva vibra. Uma nação explode. Sim, de novo. Sim, nos pênaltis. Sim, o Chile repete o script de 2015 e é campeão da Copa América Centenário.

Messi sai para o lado direito. Ninguém, ninguém ousa chegar perto. Ele caminha e senta no banco de reservas. Sozinho. Olhar no infinito. Sem ninguém por perto.

A cena acima poderia ter sido descrita em algum tango. A música que virou símbolo da Argentina é marcada pelo drama. Nunca há sorriso sem sofrimento. Nunca um amor é conquistado sem um coração despedaçado.

“Terminou para mim.”

A final da Copa América Centenário foi um tango para Messi. Na verdade, foi mais uma canção de esperança que terminou em dor e desespero, mais uma música dramática em um disco que parece girar sem fim, intitulado “Messi e a seleção argentina”.

Pausa na história. Rebobinemos a fita, ou melhor, voltemos no tempo por alguns instantes.

Vidal é quem abre as cobranças de pênaltis na final da Copa América Centenário. Vidal, o melhor em campo, bate quase no meio do gol. Romero defende. É festa da torcida argentina. Ninguém percebe, mas é o começo do tango.

Messi pega a bola. Ajeita. Do outro lado, Bravo, aquele que tantas vezes ajudou Messi a brilhar no Barcelona. Ele solta o pé esquerdo no canto esquerdo. A bola sobe. Sobe muito. Desaparece. Quem faz festa é a torcida chilena. Tango.

O 10, o capitão, desaba. Quase rasga a camisa de raiva. Põe a mão no rosto enquanto caminha sem rumo ao centro do campo. A cada cobrança, lamenta, passa a mão no cabelo, no rosto, lamenta de novo, balança a cabeça, anda de um lado para o outro, perdido.

Se nós aqui tivemos que voltar uns instantes na história para tentar descrever o que aconteceu no gramado do MetLife Stadium, o mundo de Messi parou quando a sua cobrança ganhou os ares.

 

 

 

 

 

 

 

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