Erro
  • Erro ao carregar arquivo XML
  • https://blogdobepe.com.br/templates/sj_tech/templateDetails.xml
  • XML: failed to load "https://blogdobepe.com.br/templates/sj_tech/templateDetails.xml": No such file or directory

O final da Copa que mudou o jeito de jogar

Jul 30, 2016

Por ESPN                                                     

 

 

Neste sábado, a polêmica final da Copa do Mundo de 1966 faz 50 anos.

Uma partida histórica, vencida por 4 a 2 pela Inglaterra sobre a Alemanha Ocidental, com direito a um dos maiores erros de arbitragem de todos os tempos - e que transformou um bandeirinha num misto de herói e vilão lembrado até hoje.

Foi também uma partida simbólica por ter representado o ponto de mutação na maneira de jogar futebol nas próximas décadas, celebrizando o esquema 4-4-2.

O MAIOR ERRO DE TODOS OS TEMPOS?

A Inglaterra finalista daquele Mundial jogava em casa e possuía um excelente time, com destaques para o goleiro Gordon Banks, o zagueiro Bobby Moore, o meia Bobby Charlton e o atacante Geoff Hurst, que seria o nome do jogo.

A Alemanha Ocidental não ficava atrás, com um timaço que alinhava lendas como Franz Beckenbauer, Wolfgang Overath, Helmut Haller e Uwe Seeler, entre outros grandes personagens da história do futebol germânico.

No estádio de Wembley lotado por 96.924, as duas seleções não decepcionaram os torcedores e fizeram uma partidaça, que terminou em 2 a 2 no tempo regulamentar: Haller e Weber marcaram para os alemães, Hurst e Peters para os ingleses.

Na prorrogação, porém, a decisão acabaria manchada por um erro terrível do bandeirinha soviético Tofiq Bahramov. Aos 11 minutos do primeiro tempo extra, Hurst chutou meio desequilibrado, a bola bateu no travessão, em cima da linha e saiu em seguida.

O árbitro suíço Gottfried Dienst, na dúvida, consultou Bahramov, que cravou: a bola entrou. Sob muitos protestos, o juiz validou o gol, que acabou com o psicológico dos alemães. Hurst ainda marcaria de novo no último lance, ratificando o título do English Team.

Desde então, há cinco décadas se discute se aquela bola do terceiro gol de fato entrou.

Diversas simulações foram realizadas ao longo destes 50 anos, usando toda sorte de tecnologias de tira-teima. Praticamente todas apontaram que a redonda não cruzou inteiramente a linha, enquanto uma famosa, realizada pelo canal de TV inglês Sky Sports, garante que ela entrou. Uma dúvida para a qual nunca teremos a resposta.

Questionado sobre o tema, em entrevista ao site da Fifa, Hurst foi enfático: "A bola entrou mais de um metro. Ponto final", disse o ex-atacante de West Ham, Stoke City e West Bromwich, que foi condecorado Sir após a Copa do Mundo de 1966.

O fato é que o bandeirinha Tofiq Bahramov virou uma verdadeira celebridade na Grã-Bretanha. Até hoje, nas partidas da seleção inglesa, podem ser encontradas faixas agradecendo o auxiliar pela decisão favorável aos "Leões". Já os alemães, que se referem a Bahramov como "o bandeirinha russo", apesar dele ter nascido no Azerbaijão, o consideram um dos maiores vilões da história do futebol germânico.

Deste então, o lance em que existe dúvida se a bola entrou ou não no gol é chamado na Alemanha de Wembley-Tor, em referência ao ocorrido em Londres em 1966.

Curiosamente, Tofiq Bahramov é considerado um grande personagem do futebol em seu país, e o Estádio Nacional de Baku, foi rebatizado com seu nome depois de sua morte, em 1993. Uma honra, visto que anteriormente a arena levava o nome de Vladimir Lenin.

UM NOVO JEITO DE JOGAR

A vitória inglesa em 1966 sepultou esquemas antigos de jogo, como o WM, usado pela maioria das seleções desde a criação do futebol, o 3-2-5 da Hungria de Puskas, nos anos 50, e do Real Madrid de Di Stefano, nos anos 60, além do 4-2-4 do Brasil bicampeão do mundo em 1958 e 1962 (que ainda teria seu último suspiro em 1970).

Depois do triunfo do English Team em Wembley, o 4-4-2 passou a ser tendência, sendo usado por várias seleções campeãs do mundo, como a Itália de 1982 e 2006 e o Brasil de 1994, e também da Euro, como a França de 1984 e a Holanda de 1988.

Além disso, foi o responsável pela conquista de vários clubes britânicos na Liga dos Campeões, como o Nottingham Forest de Brian Clough (bi em 1978/79 e 1979/80), mas também o Celtic, em 1966/67, e o Liverpool, em 1976/77, 1977/78 e 1980/81.

O esquema foi criado pelo técnico inglês Alf Ramsey, que baseava seu jogo em um meio de campo dinâmico e que se caracterizava mais pelo esforço do que pela habilidade.

Esse meio é frequentemente chamado de "diamante", pelo fato de seu desenho lembrar o formato da pedra preciosa. Há o primeiro volante, com função primordial de marcação, um meia pela esquerda e outro pela direita e o "camisa 10", o armador de jogadas, que teve no craque Bobby Charlton seu grande nome.

Ele completava o time com uma linha de quatro atrás, em uma época na qual os laterais raramente subiam ao ataque, e uma dupla de ataque na qual havia o "matador", mais fixo na área e goleador, e o "segundo atacante", caracterizado pela velocidade e por jogar pelas pontas, tendo como função principal dar assistências para o parceiro de frente marcar.

O 4-4-2 seria confrontado anos depois pelo "futebol total" da Holanda de Rinus Michels e do Ajax, e também seria responsável por sei "pai" de variações como o 4-3-3, usado até hoje, e o 3-5-2, esquema que deu ao Brasil a Copa em 2002, mas que vinha em desuso até ressurgir com a Itália e País de Gales na última edição da Eurocopa.

ANÁLISE TÁTICA

"O esquema 4-4-2 com o formado em losango (ou diamante) deixou de ser 'febre' entre os treinadores já há alguns anos. Atualmente, são poucas equipes que apostam nele. O futebol argentino talvez seja quem mais mantenha essa ideia. Até mesmo o 'segundo atacante', que se originou nessa referência posicional, está em baixa e teve que se reinventar pelos lados ou como um 9 mais móvel", explica Renato Rodrigues, Coordenador e Analista de Desempenho do DataESPN, da ESPN Brasil.

"Talvez o grande motivo para isso é o retorno dos pontas (ou extremos). Apesar de ocupar bem a faixa central do campo, o 4-4-2 nestes moldes perde muito na questão amplitude, que nada mais é que atuar com jogadores bem rentes à linha lateral para abrir o campo e tentar aumentar a área de atuação da sua equipe no momento ofensivo. Alguns treinadores, quando usam este esquema, usam os laterais como estas peças para aumentar o campo", prossegue Rodrigues.

"O 4-4-2 mais usado atualmente é o com duas linhas de quatro, que é o caso do Leicester e do Manchester United campeão de tudo com Alex Ferguson. Neste caso, os meias jogam mais abertos, tanto os mais criativos quanto os mais agudos. Este sistema hoje é muito colocado em prática na defesa, principalmente pelo fato de as equipes variarem muito essa questão posicional com ou sem a posse de bola", conclui.

Mídia

Deixe um comentário

Certifique-se de preencher os campos indicados com (*). Não é permitido código HTML.


Anti-spam: complete the task

Vídeos