Gabriel Jesus recebeu possivelmente a maior vaia de sua carreira profissional no último domingo, no estádio Mané Garrincha, em Brasília.
O atacante de 19 anos, que já havia deixado o primeiro tempo cabisbaixo e consolado pelo meia Renato Augusto após insulto de torcedores, foi substituído logo na volta do intervalo, aos nove minutos, pelo meia Rafinha Alcântara, do Barcelona, e acabou virando o principal alvo da ira daqueles que acompanharam o empate em 0 a 0 com o Iraque.
Ao fim da partida, ainda contrariado com a situação, respondeu de forma ríspida a um repórter ao ser perguntado se a confirmação de sua venda do Palmeiras para o Manchester City está atrapalhando o seu futebol.
O alerta com a sua situação emocional já havia sido ligado após perder a grande chance de gol na estreia contra a África do Sul e voltou a ser motivo de preocupação depois deste fim de semana.
Para o seu estafe, a substituição realizada por Rogério Micale, nas circunstâncias em que foi feita, serviu apenas para ‘fritar' Gabriel Jesus.
Insatisfeito com o que viu no primeiro tempo, o técnico decidiu ousar e recorreu a uma substituição comum durante a preparação ao lançar quatro atacantes na frente com a saída de Felipe Anderson para a entrada de Luan, do Grêmio, no retorno dos vestiários.
Não funcionou, a seleção iraquiana cresceu e, logo em seguida, ele reviu a mexida e recompôs o meio-campo com Rafinha no lugar de Jesus.
Ao deixar o gramado, o caçula da seleção olímpica ao lado de Thiago Maia foi vaiado por mais de 60 mil pessoas.
Ele é agora um dos favoritos a perder a vaga entre titulares para o confronto decisivo com a Dinamarca, nesta quarta-feira, às 22h (de Brasília), na Arena Fonte Nova, em Salvador.
"Não funcionou o trio, fiz mudanças, continua não funcionando. As peças que tenho são as mesmas. Então, não é por aí (apenas mudar o trio), talvez uma peça ou outra. Hoje todos que jogam na frente tiveram no mínimo 45 minutos para jogar. Não vamos transferir para um ou outro. A responsabilidade é coletiva, de todos nós", analisou Micale, em entrevista coletiva.
Com a moral abalada, o artilheiro do Brasileirão, com dez gols, recebeu, inclusive, a visita de sua família nos últimos dias.
A exemplo da primeira partida, ele foi mais uma vez o menos efetivo, segundo dados do Opta, na linha de frente.
Ao lado de Neymar, finalizou cinco vezes, todas de dentro área. Somente uma delas acabou indo na direção do gol, no entanto. Sumido em campo, participou menos do jogo que Luan, com 31 toques na bola e apenas 12 passes completados.
A capacidade de drible exaltada por Micale ao longo dos treinos não apareceu até aqui.
A seleção olímpica deixa Brasília durante a tarde desta segunda-feira, quando seguirá para Salvador.
Na capital baiana, o Brasil decidira seu futuro nas Olimpíadas contra a Dinamarca, na quarta-feira, na Arena Fonte Nova, às 22h. Para avançar às quartas de final, a equipe precisa de uma vitória simples ou um empate - neste último caso, porém, terá de contar com uma combinação de resultados.