O Ministério da Justiça da Turquia reivindicou nesta terça-feira (13/09) aos Estados Unidos a prisão do clérigo islamita Fethullah Gülen, líder do movimento social-religioso Hizmet e acusado pelo governo de Recep Tayyip Erdogan de ser o responsável pela tentativa de golpe militar no país em julho.
“Esta pessoa está sendo procurada em um mandado de prisão como a pessoa que deu ordem para a tentativa de golpe sangrenta em 15 de julho, 2016, além de muitos crimes cometidos em nosso país”, afirma um trecho do documento enviado aos EUA e divulgado pelo jornal Hurriyet.
Esta é a primeira vez que as autoridades turcas pedem oficialmente a prisão provisória de Gülen, que vive nos EUA desde 1999.
No mês passado, o governo de Erdogan havia solicitado sua extradição, mas por acusações não relacionadas com o fracassado golpe.
A Turquia exigiu, em diversas ocasiões, que os EUA extraditem Gülen, mas as autoridades norte-americanas dizem que, para isso, é necessário que sejam apresentadas provas contra o clérigo.
O governo turco acusa a confraria religiosa de Gülen de ter se infiltrado no aparelho do Estado e, desde o golpe fracassado, expurgou dezenas de milhares de funcionários do Exército, Judiciário, administração e ensino.
Gülen, por sua vez, nega as acusações de estar envolvido na tentativa de golpe, que deixou ao menos 290 mortos.
Nas últimas semanas, norte-americanos e turcos conversaram sobre o caso, que poderia gerar tensões entre dois países aliados na Otan.
O presidente dos EUA, Barack Obama, prometeu na cúpula do G20 a Recep Tayyip Erdogan que seu país cooperará em levar os responsáveis pelo golpe à Justiça.
Desde a tentativa de golpe mais de 20 mil pessoas estão detidas suspeitas de envolvimento.