O presidente da Bolívia, Evo Morales, acusou nesta sexta-feira (23/09) o governo do Chile de violar os direitos humanos dos bolivianos com supostas ações ou omissões no tratamento às transportadoras de seu país.
Em pronunciamento no Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra, Morales se referiu exclusivamente à falta de acesso de seu país ao mar e aos impedimentos que, segundo ele, o Chile implementa para dificultar a chegada de bolivianos ao Pacífico.
Após relatar e citar exemplos de tais impedimentos, o presidente boliviano acusou diretamente o Chile de violar os direitos humanos de seus concidadãos.
De acordo com Morales, os "bolivianos sofrem um tratamento “discriminatório" por parte das autoridades chilenas, as quais estariam “fomentando” discriminação racial.
A Bolívia reivindica uma saída para o mar há décadas e, há três anos, levou a disputa até os tribunais, ao apresentar um requerimento à CIJ (Corte Internacional de Justiça de Haia), na qual solicita que o Chile negocie e conceda um acesso soberano ao oceano Pacífico, que foi perdido em 1879.
O mandatário disse que, apesar desta situação "que desafia os princípios mais elementares da Carta Fundamental dos Direitos Humanos e as instituições multilaterais responsáveis por garanti-los", ele acredita que continuar no caminho do diálogo pode resolver as controvérsias entre os países.
O governo do Chile nega as acusações de que estaria desrespeitando os tratados e os direitos dos bolivianos.