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Polícia sul-africana reprime estudantes

Out 17, 2016

Por Ópera Mundi                                                                       

 

A polícia sul-africana voltou a reprimir um protesto de trabalhadores nesta segunda-feira (03/09) na mina de Springs, ferindo pelo menos 4 manifestantes com tiros de bala de borracha e estilhaços de bombas de gás lacrimogêneo.

Segundo as informações fornecidas pela Gold One, empresa responsável pela extração no local, um grupo de antigos funcionários, demitidos por conta de uma greve em junho deste ano, se reuniu na entrada da mina a fim de impedir pelo menos 500 pessoas de trabalharem.

Para dispersar os manifestantes e desbloquear o acesso aos operários, as forças policiais dispararam balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo. Depois do episódio, a produção na mina foi reestabelecida e todos os mineiros voltaram a realizar o seu trabalho. Não há informações se trabalhadores aderiram ao protesto desta segunda (03/09), mas a empresa reiterou que possui autorização para demitir grevistas.

Os operários de Aurora estão envolvidos em longa luta por melhores condições de trabalho e aumento de salário. Na semana passada, o líder político sul-africano Julius Malema pediu que os mineiros do local tornassem a mina “ingovernável” até que suas demandas fossem atendidas.

Em junho deste ano, depois de uma série de manifestações, a Gold One conseguiu uma interdição judicial proibindo qualquer tipo de protesto em suas minas. Como consequência disso, dezenas de trabalhadores foram demitidos, mas muitos continuam a se manifestar contra a política da empresa.

Massacre de Marikana

A repressão vem apenas duas semanas depois de policiais abrirem fogo contra 3 mil mineiros em greve em Marikana, matando 34 e ferindo 78 trabalhadores em um dos piores episódios de violência desde o fim do apartheid. O episódio gerou comoção nacional e internacional, com dezenas de protestos contra a violência policial.

Na quinta-feira (30/08), os promotores do país acusaram os próprios grevistas pelo assassinato de seus colegas, em vez das forças policiais. “Isso é intimidação pura”, disse Patrick Cravez, porta-voz de federação sindical sul-africana.

“Os advogados têm de ser muito estúpidos se acham que essas denúncias podem ser aceitas. A noção de que estes mineiros são responsáveis pelas mortes de seus companheiros é um absurdo”, acrescentou Cravez, segundo o jornal norte-americano New York Times.

Depois dos protestos, a Procuradoria da África do Sul retirou no domingo (02/09), em caráter provisório, as acusações de assassinato contra os 270 mineiros que foram detidos durante o massacre. Nesta segunda (03/09), 162 dos 270 mineiros detidos após o massacre na mina de Marikana foram libertados.

 

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