O vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Ryabkov, disse nesta quarta-feira (26/10) que o país considera “inadmissível” a ingerência externa nos assuntos da Venezuela, o principal aliado do Kremlin na América Latina e seu principal importador de armamento.
"Em várias ocasiões apoiamos os esforços dos antigos dirigentes de uma série de países para estimular o diálogo entre os venezuelanos", afirmou o oficial. Segundo ele, "esse é o caminho a seguir (...) no marco da ordem constitucional, sem ingerência destrutiva desde o exterior, que é absolutamente inadmissível, e sem tentativas de impor modelos que causam divisão na sociedade".
Segundo Ryabkov, Moscou acompanha a situação da Venezuela com "inquietação”. “Embora devo dizer que, também, com segurança que os dirigentes e as forças sensatas na Venezuela encontrarão as vias para sair da atual crise sem prejuízo da estabilidade do país e dentro do marco constitucional", ressaltou.
Ryabkov afirmou que a Rússia apoia tanto "os dirigentes como o povo da Venezuela" e é "solidária com eles neste difícil momento".
A Rússia já acusou no passado os Estados Unidos de exercerem pressões políticas sobre a Venezuela, advertindo que a desestabilização desse país seria uma ameaça tanto para a democracia venezuelana, como para toda América Latina
A Assembleia Nacional venezuelana, dominada pela oposição, aprovou o início de um processo para determinar a responsabilidade política do presidente do país, Nicolás Maduro, e o convocou para comparecer no Legislativo em 1º de novembro. O Parlamento, no entanto, está impedido pela Justiça do país de tomar qualquer decisão.
Em resposta, o governo afirmou que a iniciativa é inconstitucional e acusou a oposição de golpe de Estado, tensão que coincidiu com a viagem de Maduro pelo Oriente Médio para tentar estabilizar o mercado de petróleo, grande fonte de renda de Caracas.