O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou em um comunicado divulgado nesta sexta-feira (18/11) a nomeação do congressista Mike Pompeo, membro do movimento ultraconservador Tea Party, como o novo diretor da CIA (Agência de Inteligência Central). O nome dele ainda precisa ser confirmado pelo Senado, que terá maioria repuublicana.
Em 2013, Pompeo foi criticado pelas declarações que deu após os atentados da maratona de Boston, quando disse que líderes muçulmanos que não condenavam o terrorismo eram “cúmplices em potencial” de ataques terroristas.
O novo chefe da CIA também defendeu a execução de Edward Snowden em entrevista ao canal C-Span em fevereiro, na qual disse que "[Snowden] deveria ser trazido da Rússia e ser processado". "Acho que um resultado apropriado seria que ele fosse condenado à morte por ter posto amigos meus e seus, que serviram no exército, em um risco enorme, por causa das informações que ele roubou e liberou a potências estrangeiras", disse.
O republicano, ex-oficial do Exército, formado em dDireito em Harvard, foi eleito para o Congresso pela primeira vez em 2010, como parte do movimento ultraconservador Tea Party.
O futuro diretor da CIA também se opôs ao fechamento da base militar de Guantánamo e é contra o acordo nuclear com o Irã, que considera “o maior país patrocinador do terrorismo”, segundo divulgou nas redes sociais nesta quinta-feira, antes da sua nomeação se tornar pública.
"Estou ansioso para reverter esse acordo desastroso com o país que mais patrocina o terrorismo", disse Pompeo no Twitter
Apesar de ter apoiado o candidato Marco Rubio nas primárias, Pompeo disse que “apoiaria o candidato do Partido Republicano porque Hillary Clinton não pode ser presidente dos Estados Unidos”. Após a nomeação, o congressista se disse "honrado com a oportunidade de servir e trabalhar junto ao presidente eleito Donald Trump para manter os EUA seguros". "Quero trabalhar com os guerreiros da inteligência dos EUA, que tanto fazem para proteger os americanos a cada dia", destacou.
Outras nomeações
Os conservadores Jeff Sessions e Michael Flynn também foram nomeados nesta sexta-feira como procurador-geral e assessor de Segurança Nacional, respectivamente.
O senador de Alabama Jeff Sessions é um dos maiores e mais fiéis aliados da campanha do republicano, tendo sido o primeiro parlamentar a declarar apoio ao magnata.
Segundo a emissora CBS News, o senador é o "arquiteto" por trás dos planos do novo mandatário sobre questões polêmicas da campanha, como a imigração, a luta contra o terrorismo e a revogação de acordos comerciais internacionais. Sessions também já enfrentou processos, na década de 1980, por comentários racistas contra um advogado negro. Ele também precisará ser confirmado pelo Senado.
Michael Flynn também foi criticado pela ONG Human Rights Watch, que afirmou que ele possui um "atormentante desprezo" pelos direitos humanos e destacou que, durante a campanha eleitoral, ele apoiou métodos de tortura contra suspeitos de terrorismo.
Com os três nomes, Trump já tem cinco membros de seu futuro governo. Neste domingo (13/11), ele anunciou que Reince Priebus, presidente do Partido Republicano e expoente do establishment que o magnata tanto criticou, será seu chefe de Gabinete. Já Stephen Bannon, acusado de ser membro de grupos de supremacia branca, foi escolhido como conselheiro sênior.