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Mais de 2 milhões na despedida de Fidel

Nov 30, 2016

Por Ópera Mundi                                                                                                            

 

A partir das 7h desta quarta-feira (30/11), as cinzas de Fidel seguem em cortejo fúnebre para Santiago, cidade natal do comandante (leste da ilha), para que os cubanos de outras cidades possam também dar adeus a ele e firmar o mesmo compromisso. O trajeto repete a Caravana da Liberdade realizada pelos revolucionários após a derrubada de Batista, em 1959, e se encerra no sábado (3/12).

Grande ato de massas

O grande ato de massas na praça da Revolução começou pouco antes das 19h (22h de Brasília), com três músicos cubanos - Luna Manzanare, Maurício Madrigal e Raul Torres - cantando a música “Um homem que sonha”, dedicada a Fidel. Em seguida, houve a execução do hino nacional e a declamação de um poema pela poetisa Corina Mestre, que terminou ao som de “Fidel, Fidel”, vindo da multidão. O grito se repetiria algumas vezes mais no decorrer da noite.

Rodobaldo Hernández, apresentador da TV oficial, foi o mestre de cerimônias, passando a chamar uma lista de 17 presidentes ou representantes de países para proferirem seus discursos. Até que Raul Castro, irmão de Fidel e atual presidente cubano, fizesse uso da palavra, encerrando o ato às 22h50 (horário local), totalizando quase quatro horas.

Desde às 14h, as cubanas e os cubanos começaram a se dirigir para a praça, para buscar os lugares mais perto de onde ficariam as autoridades locais e representantes de outras nações. Muitos jovens e adolescentes, alguns vindos em excursão escolar vestindo uniformes, participaram do ato. Variados tipos de camisetas com rosto de Ernesto Che Guevara, de Cuba ou com a assinatura de Fidel se misturavam a bandeiras, faixas e bandanas com as cores do país.

“Vim aqui apoiar a causa de que Fidel nos ensinou. Este ato teve um significado especial para todos os cubanos, com muita gente, as ruas estavam repletas. E todo mundo apoiando Fidel. Somos um só, Fidel vive em nós”, afirmou Marlon Yeladita, 20 anos, maestro de música em uma escola primária.

Para Santiago Herrera, economista de 47 anos, o momento foi de reforçar o compromisso revolucionário. “Como você pode ver, o povo veio reafirmar a Revolução Cubana. Reafirmar que as ideias e o legado de Fidel terão continuidade”, disse. “A partida de Fidel deixou convicções, princípios e ensinamentos que ele nos mostrou durante tantos anos de revolução. A força de nosso futuro está no trabalho político e ideológico que foi feito. E, para isso, a juventude está encarregada de dar continuidade”, complementa.

Marisol Rodrigues Santos, professora primária, acredita que “o líder histórico da revolução” apenas partiu fisicamente. “Mas nos restou a satisfação de seu legado ao qual nós vamos dar continuidade. E, como juramos, vamos seguir adiante com o conceito que ele deu de revolução. Isso é ter Fidel ao nosso lado, o amor que pudemos demonstrar que sentimos por ele. Penso que não só eu, mas todo o povo de Cuba sente. Suas ideias estarão presentes em mim”, diz emocionada.

Os eventos que marcam o luto oficial em memória a Fidel Castro incluem ainda um segundo ato de massas, na praça Antonio Maceo, em Santiago, no sábado. No dia seguinte, ocorrerá a última cerimônia, no cemitério Santa Ifigênia.

 

 

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