Michael Flynn, assessor de segurança nacional do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, renunciou na segunda-feira (14/02) após o escândalo gerado por causa de suas conversas com o Kremlin, as quais não informou para as autoridades da Casa Branca. A demissão acontece com menos de um mês de governo.
Nessas conversas, que ocorreram antes do dia 20 de janeiro – antes da posse de Trump – e foram interceptadas pelo FBI, Flynn falou das sanções contra o Kremlin pela suposta ingerência da Rússia nas eleições dos EUA em novembro passado, impostas pelo ex-presidente Barack Obama. Ele não tinha autorização para tratar do assunto antes de o novo governo assumir a Casa Branca.
Flynn mentiu para Pence e outras autoridades sobre o conteúdo das ligações, assegurando que não tinha falado com Kislyak sobre as sanções, uma desinformação que levou o vice-presidente negar nos veículos de imprensa tais contatos há um mês.
"Infelizmente, pelo ritmo dos acontecimentos, informei inadvertidamente e de forma incompleta ao vice-presidente [Mike Pence] e a outros sobre minhas ligações com o embaixador russo [em Washington, Sergey Kislyak]", disse Flynn, em sua carta de renúncia.
Nela, Flynn defendeu que as conversas "são uma prática comum em qualquer transição de tal magnitude", e que tinham como objetivo em "facilitar uma transição suave e começar a construir uma relação necessária entre o presidente, seus assessores e líderes estrangeiros".
Flynn sempre foi rodeado de polêmica, já que, antes da sua nomeação, durante a campanha eleitoral, utilizou as redes sociais para divulgar notícias falsas publicadas em portais de extrema-direita sobre supostos crimes cometidos pela democrata Hillary Clinton.
A prática de divulgar essas mesmas notícias falsas custou um cargo a Michael Flynn Jr., filho de Flynn, no novo governo. A informação de que ele não participaria do governo Trump foi dada ainda durante a transição, em dezembro do ano passado.
Após aceitar sua renúncia, Trump nomeou o tenente-general reformado Joseph Keith Kellogg como assessor de segurança nacional interino no lugar de Flynn. Kellogg serviu no Exército dos Estados Unidos entre 1967 e 2003, esteve na Guerra do Vietnã e conquistou múltiplas condecorações.
(*) Com Efe