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Equador : tendência de segundo turno é irreversível

Fev 22, 2017

Por Ópera Mundi                                                                                 

 

O presidente do CNE (Conselho Nacional Eleitoral) do Equador, Juan Pablo Pozo, disse nesta terça-feira (21/01) que não é possível haver mudança na tendência que indica a necessidade da realização de um segundo turno no pleito presidencial do país, mas indicou que o órgão vai esperar o fim da apuração dos votos para divulgar o resultado oficial

“Temos uma tendência marcada, e se este é o caso, haverá um segundo turno”, declarou Pozo em entrevista coletiva à imprensa na sede do CNE.

Com 94,6% das urnas apuradas, o governista Lenín Moreno tem 39,2% dos votos, vencendo o opositor Guillermo Lasco, com 28,37%, o que representa uma tendência que ficou estabelecida com clareza, indicou Pozo, que não quis falar de forma clara se haverá segundo turno.

No entanto, ao ser questionado sobre a possibilidade de que Lenín chegue aos 40% necessários para ser declarado vencedor no primeiro turno das eleições, Pozo afirmou que “não é possível”.

O responsável pelo CNE ressaltou que desde o início a apuração manteve uma tendência estável, mas reforçou que vai esperar a apuração terminar para divulgar os resultados oficiais das eleições presidenciais.

"Esperaremos o fechamento da apuração nas 24 províncias para entregar resultados", disse Pozo em resposta às perguntas dos jornalistas sobre a possibilidade de segundo turno.

No Equador, para ser eleito presidente no primeiro turno, é preciso ter mais de 50% dos votos ou pelo menos 40%, desde que com uma diferença de dez pontos percentuais para o segundo mais votado.

Como os dados mostram a tendência de estabilidade nos resultados, Pozo lembrou que, no domingo (19/02), Lenín Moreno passou de 38,26% dos votos, com 51,8% apurados, para 39,20%, com 94,6% da apuração concluída.

O presidente da CNE indicou que a apuração foi concluída em 18 das 24 províncias do país. Nas seis restantes ainda é preciso examinar atas que apresentam "inconsistências" e devem ser tratadas em audiências públicas nas juntas provinciais eleitorais.

Pouco antes das declarações de Pozo, Lenín disse estar pronto para a nova rodada da disputa eleitoral. “Caso haja um segundo turno, já estamos com nossos uniformes de campanha”, afirmou o candidato da Aliança País, do presidente Rafael Correa, segundo o site Prensa Latina.

No entanto, em seu perfil no Twitter, Lenín rejeitou as declarações do CNE e afirmou que sua possibilidade de vitória no primeiro turno “está intacta”. “O CNE não está para elucubrar com tendências, mas sim para declarar resultados finais”, escreveu.

Já o ex-banqueiro Lasso, candidato pela aliança Creo, realizou um comício nesta terça-feira em Quito, capital equatoriana, celebrando a iminente passagem para o segundo turno. Depois de agradecer a seus eleitores e comemorar o “triunfo”, o candidato conservador pediu que seus apoiadores “se mantenham vigilantes até que reconheçam oficialmente” a nova rodada eleitoral.

Além de votar por um novo presidente, os 12.800.000 equatorianos escolheram no último domingo (19/02) os 137 membros da Assembleia Nacional e os cinco representantes do país no Parlamento Andino.

O pleito de domingo trouxe também uma consulta popular sobre se permitir ou proibir que autoridades eleitas depositem seu dinheiro em paraísos fiscais.

De acordo com dados também preliminares, a governante Aliança País obteve ao menos 76 cadeiras no Parlamento, o que lhe garante o controle do órgão legislativo, e a maioria dos equatorianos votou a favor de proibir que servidores públicos depositem seu dinheiro no exterior.

 

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