Um dia após ter anunciado que suspenderia as importações de frango do Brasil, a Coreia do Sul voltou atrás e anunciou nesta terça-feira (21/03) que desistiu de barrar a entrada das aves. Segundo o governo sul-coreano, Seul recebeu de Brasília a confirmação de que não havia produtos estragados nos carregamentos enviados ao país.
Mais de 80% do frango importado pela Coreia do Sul vem de produtores em território brasileiro.
Com a decisão, China, União Europeia e Chile são os países que impuseram algum tipo de restrição à carne brasileira após a Operação Carne Fraca da Polícia Federal, que investiga adulterações e fraudes em frigoríficos. Entre eles, a JBS, responsável pela Seara e pela Friboi, e a BRF, dona da Sadia e da Perdigão.
China
Pequim pediu nesta terça ao Brasil que seja transparente sobre a investigação e exigiu medidas mais rigorosas na fiscalização dos alimentos que exporta.
"Esperamos que o Brasil realize uma minuciosa investigação, de maneira aberta e transparente, e envie um relatório à China com os resultados", disse Hua Chunying, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores.
Hua comentou em entrevista coletiva que se trata de uma medida "de prevenção" e "temporária", mas considerou que ainda é cedo para falar da data na qual o produto poderia voltar a entrar na China, um dos principais destinos dos alimentos exportados pelo Brasil.
A porta-voz pediu ao governo federal brasileiro que aumente a fiscalização para garantir a segurança e a confiabilidade dos produtos que vende para a China e espera que o problema se resolva através da comunicação entre ambas as partes e "medidas mais rigorosas".
Na segunda (20/03), Brasília confirmou que informaria às autoridades chinesas os detalhes da Operação Carne Fraca, que desarticulou uma organização criminosa integrada por produtores e inspetores sanitários.
Além da China, Coreia do Sul, Chile e a União Europeia também anunciaram suspensões, enquanto o governo do presidente Michel Temer tenta conter o impacto do caso no exterior, que pôs contra a parede um dos setores mais fortes da economia do país.