O comando de operações conjuntas entre Rússia, Irã e forças que apoiam o governo da Síria afirmou neste domingo (09/04), por meio de comunicado, que Moscou e Teerã estão “prontos para responder a qualquer agressão”, em referência ao ataque dos Estados Unidos a uma base síria na sexta-feira (07/04).
"Estamos preparados para responder a qualquer agressão ou transgressão das linhas vermelhas por parte de qualquer um. Os Estados Unidos conhecem bem nossas capacidades de resposta", afirmou o comando.
O comunicado acrescenta que "a agressão dos EUA na Síria ultrapassa e ataca a soberania do povo e do Estado (sírio)" e afirmou que o país árabe está há seis anos lutando contra o terrorismo em nome do resto do mundo.
“A agressão dos EUA não dissuadirá os aliados que lutam contra o terrorismo e o eliminam”, diz a nota. “Continuaremos lutando junto ao exército Árabe de Síria e trabalharemos com ele para liberar o território sírio da abominação do terrorismo”, destaca o texto.
Mais cedo, os presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e do Irã, Hassan Rohani, conversaram por telefone e reiteraram hoje sua condenação ao ataque dos EUA.
"Ambas partes destacaram que são inaceitáveis as ações agressivas dos EUA contra um Estado soberano e contra o direito internacional. Os dois também defenderam uma investigação objetiva e imparcial do incidente com armas químicas de 4 de abril na província de Idlib", informou um comunicado do Kremlin.
Os dois presidentes também enfatizaram a importância de manter uma cooperação estreita para impulsionar uma solução política para o conflito armado sírio.
Rússia e Irã são os principais aliados do presidente sírio Bashar al Assad, que conseguiu se impor no terreno sobre a oposição armada graças ao apoio militar desses dois países.
O presidente dos EUA, Donald Trump, ordenou há dois dias um ataque com 59 mísseis Tomahawk contra uma base aérea síria, em represália pelo uso de armas químicas em uma localidade de Idlib, que a Casa Branca atribuiu ao Exército sírio.
A embaixadora norte-americana na ONU, Nikki Haley, disse hoje em uma entrevista à emissora CNN que Trump considera adotar novas sanções contra Moscou e Teerã por seu apoio a Assad.