O governo cubano manifestou nesta quinta-feira (27/04) seu apoio à “digna” decisão da Venezuela de deixar a OEA (Organização dos Estados Americanos) e disse que a entidade tem “uma história de quase 70 anos de subordinação a interesses oligárquicos e imperialistas”.
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, ordenou na quarta-feira (26/04) a saída "imediata" de seu país da OEA após a organização convocar uma reunião para discutir a situação venezuelana sem seu consentimento. A decisão também se dá depois de meses de tensão entre Caracas e o secretário-geral da organização, Luis Almagro, que insiste há um ano na existência de uma “ruptura institucional” na Venezuela.
“Fomos testemunhas, mais uma vez, de outra decisão infame e imoral da desprestigiada OEA contra a Revolução Bolivariana, que reedita as vergonhosas páginas escritas contra a Revolução Cubana na década de 70 do século passado”, diz Havana em comunicadodivulgado por seu Ministério de Relações Exteriores.
Cuba afirma que a atitude da OEA é “coerente com o tradicional papel dessa organização como instrumento de dominação imperialista no hemisfério, a fim de enfraquecer a soberania, a independência e a dignidade de Nossa América”.
“A OEA sempre esteve de costas aos povos da América, com uma história de quase 70 anos de subordinação a interesses oligárquicos e imperialistas”, diz o governo cubano, para quem a organização “esteve ausente quando nossa região foi vítima de intervenções e agressões políticas, econômicas e militares, ou de graves violações à democracia e aos direitos humanos”.
Para Havana, “é tempo de reconhecer que a OEA resulta incompatível com as necessidades mais urgentes dos povos de América Latina e Caribe”. “A OEA agride e impõe, e não concilia nem dialoga; deprecia a igualdade e a autodeterminação dos Estados”, diz Cuba, acrescentando que a organização “merece o mais profundo repúdio”.
O governo cubano disse apoiar firmemente a “digna decisão” da Venezuela de se retirar da organização “após ter enfrentado com valentia o acosso, a ingerência e a ignomínia de que foi alvo nesta instituição e por parte de seu febril secretário-geral”. “A OEA nunca se propôs a aceitar um governo popular e muito menos ajudar a Venezuela, como predicam alguns. Pelo contrário, se alinhou cada vez mais com os propósitos de derrocar a Revolução Bolivariana”, diz Havana.
Para Cuba, “as agressões e a desprezível conduta da OEA contra a Venezuela confirmam que onde quer que haja um governo que não convenha aos interesses dos círculos do poder imperial e seus aliados, será atacado”. “Os novos métodos de desgaste, mais sutis e mascarados, sem renunciar à violência, para quebrar a paz e a ordem interna, não ocultam a velha estratégia de demonstrar a inviabilidade do progressismo, das esquerdas e de suas lutas pelo desenvolvimento econômico e social de nossa região”, diz o governo liderado por Raúl Castro.