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Temer é sinônimo de traição, diz Rafael Correa

Jun 24, 2017

Por Ópera Mundi                                                                            

 

O ex-presidente do Equador Rafael Correa (2007-2017) disse nesta sexta-feira (23/06) em uma entrevista à Agência Efe que o nome do presidente do Brasil, Michel Temer, se tornou sinônimo de "traição" e que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, "bateu o recorde de estupidez".

 

Em Montevidéu, Uruguai, Correa disse que “é difícil” encontrar um exemplo parecido com o de Trump e que lamentavelmente se trata do presidente "da maior potência da história da Humanidade".

Para o ex-presidente equatoriano, entre as medidas que indicam a estupidez de Trump estão o muro que ele pretende construir na fronteira com o México para evitar a imigração irregular, o retrocesso na relação com Cuba e a saída dos EUA do Acordo de Paris.

Sobre Temer, Correa afirmou que "a traição vai mudar de nome" e "vai se chamar, de agora em diante, Temer". "Que sujeito, por ter dois anos de poder, condena suas futuras gerações à vergonha, que descarada traição", disse o ex-presidente do Equador.

Correa também comentou o caso do fundador do WikiLeaks, Julian Assange, asilado na embaixada do país em Londres há cinco anos. Para ele, se trata de uma das grandes "injustiças" da história recente.

 

"É uma das grandes ignomínias, injustiças e abusos da história recente. Se nós tivéssemos feito um décimo do que a Suécia fez, ou do que a Grã-Bretanha está fazendo, já estaríamos no Tribunal Penal de Haia e seríamos denunciados em todas as partes, mas como são eles, não acontece absolutamente nada", opinou.

Correa apontou que seu governo "nunca quis" impedir o avanço da Justiça sueca em relação à acusação de suposta violação que mantinha há sete anos contra o australiano e que era o motivo para que o Reino Unido tentasse detê-lo e enviá-lo às autoridades em Estocolmo.

 

"O que sempre quisemos, no nosso direito soberano, é garantir o devido processo", porque Julian Assange "estava ameaçado até de morte por certos grupos dos Estados Unidos, que tinham uma lei que incluía a pena de morte se fosse deportado para esse país", assegurou.

Para o ex-presidente equatoriano, por estas razões seu país decidiu dar asilo a Assange, embora tenha esclarecido que seu governo "não justifica o que tenha feito".

"Não estava garantido o devido processo, então com a Suécia foram derrubadas todas as acusações, e agora, por uma falta menor que violou sua liberdade condicional, a Grã-Bretanha então diz que se ele sair da embaixada, será levado preso. Isto realmente é atentar contra os direitos humanos", alegou.

O Equador, que outorgou asilo a Assange em 2012, pediu às autoridades britânicas que estendam um salvoconduto a ele para que possa deixar Londres e gozar do status conferido pelo governo equatoriano.

Nesse contexto, a chanceler equatoriana, María Fernanda Espinosa, disse que seu país "teve contatos diplomáticos" e até uma reunião com a embaixadora do Reino Unido em Quito, Catherine Ward, para abordar o tema.

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