O ministro de Relações Exteriores da China, Wang Yi, pediu neste domingo (06/08) a seu colega da Coreia do Norte, Ri Yong-ho, que o país cesse os testes de mísseis e nucleares, horas depois de a ONU impor novas sanções a Pyongyang.
Wang pediu a Ri que seu país "não viole as resoluções da ONU nem provoque a comunidade internacional com lançamentos de mísseis ou testes nucleares", informou à imprensa o chefe da diplomacia chinesa após se encontrar com seu colega norte-coreano.
O encontro aconteceu à margem da reunião de chanceleres dos países-membros da Asean (Associação de Nações do Sudeste Asiático) que acontece em Manila, capital das Filipinas, e da qual participam como convidados os chefes da diplomacia de outros 17 países, entre eles Estados Unidos, China, Rússia e as duas Coreias.
O programa nuclear e de armas da Coreia do Norte está ocupando grande parte da agenda da reunião, especialmente desde que o Conselho de Segurança da ONU impôs neste sábado (05/08) novas sanções ao país.
Os 15 países do Conselho de Segurança adotaram por unanimidade uma resolução que aumenta a pressão internacional sobre Pyongyang com vetos a algumas exportações e controles mais restritos.
As novas sanções reduzem em até US$ 1 bilhão por ano o faturamento que a Coreia do Norte obtém com suas exportações.
Segundo o texto, negociado principalmente por EUA e China, a Coreia do Norte não poderá vender ao exterior direta ou indiretamente carvão, ferro, chumbo e produtos de pesca, entre outras medidas.
Neste domingo (06/08), o ministro de Relações Exteriores de Pequim também pediu a Seul e Washington para "deixar de aumentar as tensões", em uma aparente referência ao recente endurecimento da postura do governo do presidente norte-americano, Donald Trump, que aumentou sua pressão para isolar econômica e diplomaticamente o governo de Kim Jong-un.
Pyongyang ameaça responder sanções com “mar de fogo”
A Coreia do Norte ameaçou neste domingo (06/08) responder com "um mar de fogo" às ações militares ou às sanções contra eles, após a aprovação na ONU de novas sanções contra o país.
As ameaças foram feitas através de editorial no jornal oficial norte-coreano "Rodong Sinmun".
O artigo acusa os Estados Unidos e seus aliados de manter sua política "hostil" contra o país e de arriscar-se à "autodestruição", destacando a necessidade de que a Coreia do Norte conte com armas nucleares para se defender.
"O empenho do grupo de Trump em continuar neste atoleiro só terá como consequência motivar mais o nosso Exército, e dar mais razões à República Popular Democrática da Coreia para possuir armas nucleares", destacou o texto.
"A capacidade de começar uma potente guerra dissuasória é uma escolha estratégica de defesa para nosso povo, que já atravessou um conflito bélico horrendo", acrescentou o editorial.