O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse nesta terça-feira (22/08) que pedirá à Interpol a captura da ex-procuradora-geral venezuelana, Luisa Ortega, e de seu marido, o deputado chavista Germán Ferrer, que fugiram do país na sexta passada.
O governo venezuelano acusa Ortega e Ferrer de serem fugitivos da justiça e de cometerem vários crimes ligados a uma rede de extorsão e corrupção no país.
“Venezuela solicitará código vermelho para deter as pessoas que envolvidas nesta extorsão criminosa operada no Ministério Público”, afirmou Maduro durante discurso transmitido pelo canal estatal venezuelano.
O presidente venezuelano também criticou que "o governo golpista do Brasil acolha estes foragidos da Justiça venezuelana, a ex-procuradora-geral e seu marido", a quem acusou de ser "o chefe do cartel" do Ministério Público, em alusão às acusações que o oficialismo venezuelano fez contra Ferrer, a quem implica em uma suposta rede de extorsão.
Segundo Maduro, Ortega e seu marido foram manipulados pelos Estados Unidos e por conta disso a ex-progucardora-geral não atuou “corretamente ante ao golpe de Estado evidente nos últimos meses por já estar comprometida e quebrada moralmente”. Acrescentou também que "seguramente" Ortega se transformará em "uma peça dos ataques do governo dos Estados Unidos" contra a Venezuela.
"O que pode fazer contra nós, além de mentir?", se perguntou Maduro, que acusou a ex-procuradora e seu marido de terem se escondido atrás de uma "máscara chavista" enquanto chegavam a acordos com os Estados Unidos "para prejudicar à Venezuela".
Ortega foi destituída do seu cargo no último dia 5 de agosto, em razão do que a Assembleia Nacional Constituinte (ANC) denominou como "atos imorais".
Contra o marido de Ortega foi ditada uma ordem de captura depois de ser acusado pela Constituinte e pelo novo procurador-geral, Tarek Saab, de ser parte de uma rede de extorsão que supostamente operava dentro do Ministério Público.