O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou nesta terça-feira (17/10) que os resultados das eleições regionais realizadas no último domingo (15/10) no país, nas quais o chavismo saiu vitorioso, são uma "mensagem brutal" para o mandatário norte-americano, Donald Trump.
"O nosso povo deu uma mensagem brutal ao governo imperialista de Donald Trump, aos seus aliados regionais e à direita local", disse Maduro durante um encontro com a imprensa internacional no palácio presidencial de Miraflores.
O Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) ganhou as eleições em 17 dos 23 estados do país, segundo o balanço oficial divulgado pelo Conselho Nacional Eleitoral, A aliança opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD), que conseguiu cinco vitórias, não reconhece os resultados, em que pese o fato de que observadores internacionais atestaram a lisura do processo.
Para Maduro, o resultado é "produto da consciência que tem o povo da Venezuela" e assegurou que, apesar da profunda crise econômica que o país atravessa há três anos, hoje "há novos valores" sob o comando da chamada revolução bolivariana.
"Não será uma guerra econômica nem uma inflação induzida que fará com que este país se renda", disse.
O líder chavista disse que a MUD "se lançou à violência" neste ano ao convocar protestos entre abril e julho que terminaram com mais de 120 mortos porque os "extremistas de direita voltaram ao poder em Washington", em alusão ao governo republicano de Trump.
Maduro denunciou que o seu governo enfrenta um "formato de desestabilização, agressão internacional e golpe de Estado" administrado pelos Estados Unidos e os seus "aliados", que planejam "trazer uma coalizão de países e intervir militarmente na Venezuela".
Maduro anunciou que pretende intimar os diretores de Facebook e Instagram para a Venezuela, os quais acusa de "vetar" as suas mensagens durante a campanha para as eleições.
"Eu não sei quem é o chefe do Facebook e do Instagram para a Venezuela, mas eu quero intimar os responsáveis porque eles nos vetam, vetam o presidente", disse, durante a entrevista.
Maduro disse querer libertar o país da "tirania dos donos das redes sociais do mundo", aos quais supostamente reservou "uma surpresinha para as próximas semanas". "E depois não se queixem, compadres", concluiu o presidente, para quem o país se encontra em "uma nova guerra que mais cedo que tarde" ganhará.
O chefe de Estado havia se referido um pouco antes à lei "crimes de ódio" que está em análise na Assembleia Nacional Constituinte, onde o governo tem maioria. Esta norma vai tratar sobre os conteúdos escritos e divulgados nas redes sociais.
"Se eu posto um vídeo de uma informação importante, eu não posso colocar propaganda, mas posso receber propaganda do mundo inteiro e da Venezuela no Instagram e no Facebook. E me introduzem retardadores para me tirar seguidores ou para que eles não acessem meus vídeos e a minha verdade", explicou Maduro.