Grupos de agentes policiais de Honduras se negaram, no início da madrugada desta terça-feira (05/12) a reprimir manifestações populares que protestam contra as possíveis fraudes no processo eleitoral do país. O presidente Juan Orlando Hernández foi anunciado como vencedor, mas o pleito é contestado pelo candidato de oposição Salvador Nasralla.
“Nosso povo é soberano e a eles devemos, portanto não podemos estar confrontando e reprimindo seus direitos”, afirmou a Direção Nacional de Forças Especiais da Polícia Nacional de Honduras, em um comunicado.
Os policiais pediram ao governo que busque a melhor saída para o conflito no país. “Advogamos que se recupere a paz e a tranquilidade para nosso povo o mais rápido possível”, afirma o texto.
Já à TV, um porta-voz do grupo, segundo a BBC Mundo, disse que o movimento é para manifestar ‘inconformidade com o que está passando a nível nacional”. “Nós somos povo e não podemos estar matando o próprio povo, nós também temos família.”
Por sua vez, membros do esquadrão Cobras, grupo especial antimotins, apoiados também por agentes policiais preventivos, saíram de suas barracas no norte de Tegucigalpa e se recusaram a sair a fim de reprimir manifestantes que não estivessem cumprindo o toque de recolher determinado pelo governo.
Em comunicado lido a emissoras de TV hondurenhas, os Cobras pediram uma solução para a crise política. “Instamos ao Tribunal Eleitoral que respeite a vontade dos hondurenhos. Nossa posição não se deve a posições políticas, só queremos paz e tranquilidade”, afirmou o grupo.
Demora no resultado
Ante a demora no anúncio dos resultados das eleições presidenciais, os hondurenhos se mobilizaram pacificamente para exigir a difusão e defender os votos emitidos durante o pleito. Pouco depois, foram reprimidos pelas forças de segurança.
Na sexta-feira (01/12), o governo implementou um toque de recolher por 10 dias ante as manifestações.