A cidade de Xangai, a mais populosa da China, anunciou que estabelecerá um limite de 25 milhões de habitantes até 2035, seguindo o exemplo de uma política adotada em Pequim que levou à expulsão de milhares de residentes da capital.
O governo de Xangai disse que a medida, divulgada nesta segunda-feira (25/12), faz parte da estratégia de gestão da "doença da grande cidade”. Segundo a mídia estatal, tal "doença” eclode quando uma megacidade é assolada por poluição, congestionamento e escassez de serviços públicos, incluindo educação e assistência médica.
O plano de desenvolvimento urbano de Xangai determina que, entre 2017 e 2035, a população da cidade – que já tem mais de 24 mil habitantes – quase não poderá aumentar. Também se estabelece um limite máximo de extensão de zonas urbanas de 3.200 quilômetros quadrados, equivalentes a pouco mais da metade da área do município.
Pequim fixou limites similares – não mais de 23 milhões de habitantes e 2.760 quilômetros quadrados de expansão até 2035. Tais medidas se traduziram no fechamento de pequenos comércios nas áreas mais populares da cidade, apesar de protestos de alguns afetados.
Os desalojamentos em Pequim geraram grande indignação entre a população local. Numa carta aberta, intelectuais chineses exigiram o fim de uma campanha que qualificaram como "impiedosa e contrária aos direitos humanos".