Teve início nesta terça-feira (03/04) uma greve contra as reformas trabalhistas impostas pelo governo do presidente francês, Emmanuel Macron. A paralisação, que envolve os setores ferroviário, de energia e de coleta de lixo, deve durar até quinta-feira (05/04) e é a primeira de uma série de greves prevista a se estender até junho.
Diversos funcionários da Sociedade Nacional de Ferrovias (SNCF, na sigla em francês) estão liderando o movimento, apoiados pelos setores de energia e coleta de lixo. Segundo a empresa, cerca de 48% dos funcionários do sistema estão em greve, o equivalente a 77% somente entre os condutores.
A reforma de Macron visa o fim do estatuto exclusivo de aposentadorias, o fim da estabilidade no emprego e a extinção de benefícios, como bilhetes grátis de trem para toda a família. Além disso, o projeto quer encerrar o monopólio da companhia e abrir concorrência internacional, em acordo com a União Europeia (UE).
A ideia é eliminar 120 mil dos 5,64 milhões postos de trabalho no setor público do país na tentativa de reduzir o déficit orçamentário para 3% do PIB. Nesta manhã, a rede ferroviária da cidade foi interrompida. Apenas um trem de alta velocidade (TGV) a cada oito estavam operando.
A última vez que os sindicatos ferroviários protagonizaram movimentos desta amplitude na França foi em 1995, em um protesto que paralisou o país e acabou por obrigar o então primeiro-ministro Alain Juppé a abandonar as reformas.