Em carta divulgada nesta quarta-feira (02/05), o grupo separatista basco ETA (sigla para Pátria Basca e Liberdade) anunciou a dissolução completa de suas estruturas e iniciativas políticas.
A missiva está datada do dia 16 de abril, mas só foi divulgada nesta manhã. Nela, o grupo afirma que dá por encerrado seu “ciclo histórico” e lamenta os efeitos do conflito com a Espanha. “Nós sentimos muito”, expressaram.
Os dirigentes do ETA reiteraram que “a falta de vontade para solucionar o conflito e as oportunidades perdidas, entre outras situações, provocaram o aumento dele e multiplicaram o sofrimento das diferentes partes”.
"O País Basco está agora diante de uma nova oportunidade para finalmente fechar o conflito e construir um futuro coletivo", disse a organização. "Não vamos repetir os erros, não vamos permitir que os problemas apodreçam."
Já o ministro do Interior da Espanha, Juan Ignacio Zoido, afirmou que as investigações dos crimes não resolvidos atribuídos ao ETA irão continuar. Zoido disse que a polícia "continuará perseguindo os terroristas, onde quer que estejam". "O ETA não obteve nada quando prometeu parar de matar e não obterá nada com o anúncio daquilo que chamam de dissolução", disse.
Dissolução
O processo de dissolução do grupo teve início em 2010 e, no mês de abril de 2018, foi tornada pública a localização de seus últimos depósitos de armas.
No mesmo mês, os jornais espanhóis Garra e Berria divulgaram um pedido de desculpas do grupo a cidadãos que sofreram com atos violentos, no qual reconheciam “mortos, feridos, sequestrados ou forçados a fugir para o exterior”.
A cerimônia de dissolução está prevista para esta sexta-feira (04/05), em um ato na região do País Basco, ao norte da Espanha.
O ETA foi fundado entre 1958 e 1959, durante a ditadura do general Francisco Franco, se constituindo como uma organização socialista revolucionária que reivindicava a libertação nacional do território basco.