O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, foi reconfirmado nessa segunda-feira (30) como presidente do PSUV (Partido Socialista Unido da Venezuela). Durante a cerimônia que o reconduziu ao cargo, o mandatário afirmou que a ideia do governo é produzir uma “mudança total” na economia.
“Os modelos produtivos que testamos até agora fracassaram, e a responsabilidade é nossa, é minha. (…) Vamos produzir uma mudança total. Não podemos ir com moderação. Há que se buscar o tumor e tirar o tumor do capitalismo e buscar uma cura profunda com uma nova economia. Esta é a tarefa da nossa geração”, afirmou Maduro.
“Temos tudo para ser uma potência na América Latina. Acreditamos na nossa pátria. Temos o orgulho pátrio voando alto e isso é do que necessita o povo, crer em si mesmo, organizar-se bem, superar os problemas que temos, os problemas de produção de produtividade”, disse.
Medidas econômicas
Na semana passada, o governo anunciou um pacote para tentar reativar a economia do país. O programa inclui o corte de cinco zeros no bolívar, a revisão da lei contra crimes cambiais, o fortalecimento das reservas internacionais e a isenção de impostos para importações.
A reconversão monetária, com o corte de cinco zeros na moeda, passará a valer a partir do dia 20 de agosto. “Aspiro que, a partir de 20 de agosto, o povo venezuelano recupere seu poder aquisitivo e estabeleçamos a economia nacional”, afirmou Maduro nesta segunda.
O governo também irá apresentar nos próximos dias à Assembleia Nacional Constituinte (ANC) um novo projeto que modifica os limites legais para movimentação de moeda estrangeira, com o objetivo, de acordo com o governo, de incentivar e permitir investimentos.
Caracas também decidiu isentar, por um ano, o pagamento de impostos para aqueles que tragam ao país bens de capital, matérias-primas, insumos e agroinsumos, maquinário, equipamentos e alguns produtos manufaturados, de acordo com regulação posterior a ser feita pelo governo. A medida busca, de acordo com o Palácio de Miraflores, incentivar a produção nacional e acelerar o crescimento econômico.
O governo também determinou a entrega do bloco 2 (Ayacucho) da Faixa Petrolífera do Orinoco ao Banco Central da Venezuela para aumentar as reservas financeiras do país. “Não é um ‘pacotaço’ para enriquecer poucos em detrimento das grandes maiores. É seguir avalizando as propostas coletivas para o desenvolvimento integral de todo o povo venezuelano”, disse, na quinta (26/07), o vice-presidente da área econômica, Tareck El Aissami.