O Alto Comissariado da ONU para Direitos Humanos exigiu nesta segunda-feira (18/06) que os Estados Unidos deixem de separar pais e filhos imigrantes na fronteira com México, classificando o ato de “inadmissível.
“Pensar que um Estado busca dissuadir os pais infligindo tal abuso às crianças é inadmissível”, disse o alto comissário Zeid Al Hussein, durante a abertura de uma sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra.
Al Hussein disse que as ações dos EUA são uma “prática cruel” ele destacou que a Associação Americana de Pediatria classificou a medida de “um abuso infantil sancionado pelo governo”, que pode causar “danos irreparáveis e consequências por toda a vida”.
“Pessoas não perdem seus direitos humanos simplesmente por cruzar uma fronteira sem um visto”, afirmou.
Segundo o governo norte-americano, em apenas seis semanas, quase 2.000 menores de idade foram separados de seus pais e/ou responsáveis. O número começou a crescer após o procurador-geral dos EUA, Jeff Sessions, anunciar que todos os que cruzassem a fronteira com o México sem a documentação exigida iriam ser presos. As crianças que os acompanham não podem ficar junto dos pais e são encaminhados a outros centros.
A separação de famílias por causa da política migratória mais rígida e a situação de crianças que aguardam as decisões tem preocupado organismos da sociedade civil que lutam pelos direitos dos imigrantes. A União Americana de Liberdades Civis questiona em tribunais o modelo de política migratória adotado na administração Trump.
Nesta terça, a própria primeira-dama dos EUA, Melania Trump, pediu uma solução para a questão, dizendo que “detesta ver crianças separadas de suas famílias”. O presidente Donald Trump culpa os democratas pela situação.