O ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Jorge Arreaza, afirmou nesta segunda-feira (06/05) que Caracas é capaz de vencer qualquer ameaça e está "pronta para qualquer cenário" caso os Estados Unidos optem por meios militares.
"Se eles optarem por meios militares, temos uma força armada, um povo, uma milícia nacional, que seria capaz não apenas de resistir e lutar, mas também de vencer e derrotar qualquer exército, por mais poderoso que seja no mundo", disse Arreaza em coletiva de imprensa na embaixada venezuelana em Moscou.
"A República Bolivariana da Venezuela não representa qualquer ameaça aos Estados Unidos, mas no caso de uma intervenção militar, as Forças Armadas Nacionais Bolivarianas e o povo venezuelano estão preparados para defender a soberania", afirmou.
O venezuelano declarou que os bloqueios de Washington contra a Venezuela "buscam uma mudança de poder no governo venezuelano", e que tais mudanças acontecem "a partir no sofrimento do povo".
Arreaza denunciou que o bloqueio imposto pelos EUA "tenta afogar a economia venezuelana". E que mais de "cinco milhões de euros, ouro também, estão bloqueados nas estruturas bancárias internacionais", afirmou.
"Ouro venezuelano, equivalente a 1,5 milhões de euros, está bloqueado no Banco da Inglaterra, um milhão de euros estão bloqueados a PDVSA em sanções no Novo Banco. Parte desse dinheiro é destinado a pagar o tratamento de 26 pacientes com transplante de medula óssea", apontou o chanceler.
O ministro citou uma publicação de 23 de abril na página do Departamento de Estado dos EUA, que foi deletado horas depois. Esse documento, segundo Arreaza, é uma "confissão" que poderia ser considerada em um tribunal internacional como prova das ações criminosas de Washington contra Caracas.
No texto do Departamento de Estado, Washington admite que cerca de 3,2 milhões de dólares da Venezuela permanecem bloqueadas por causa das sanções, e enfatiza que a companhia petrolífera Citgo, subsidiária de petróleos da Venezuela (PDVSA), foi bloqueado do controle de Nicolás Maduro.
"Estamos criando rotas alternativas com a Rússia, China e outros amigos para enfrentar esse bloqueio econômico. Mesmo navios que transportam petróleo para Cuba estão sendo sancionados. É um bloqueio criminoso", disse o chefe da diplomacia venezuelana.
Arreaza destacou que a Venezuela respeita a democracia praticada nos Estados Unidos, conforme estipulado na carta da ONU, mas lamenta que o país norte-americano não faça o mesmo com relação às nações ou entidades latino-americanas, como o Tribunal Penal Internacional, cujos membros até sancionam.
"O que temos que fazer com os povos livres do mundo é nos defender, é proteger nossa soberania e agir em coordenação", disse Arreaza.