Em um encontro com diplomatas em Berlim, Maas também ressaltou que o Brasil deve ser lembrado das promessas feitas à UE durante a conclusão do acordo com o Mercosul, como a de proteger as florestas tropicais.
"Talvez não devêssemos ficar calados nestes dias atuais", afirmou, referindo-se às declarações da França e da Irlanda a favor da suspensão do acordo comercial com os sul-americanos.
As declarações de Klöckner e Maas podem sinalizar uma mudança no posicionamento do governo alemão em relação ao pacto de livre-comércio. Na semana passada, Berlim se pronunciou contra a suspensão do acordo.
"A não ratificação do acordo com o Mercosul não contribuirá para reduzir o desmatamento na Amazônia", afirmou um porta-voz do governo alemão, mencionando o capítulo de regulamentos vinculativos para a proteção climática. Ele disse que, na visão da Alemanha, um boicote ao pacto não seria uma "resposta adequada" aos incêndios florestais no Brasil.
O tema também tem sido notícia nos veículos da imprensa alemã, que afirmam que o governo brasileiro não dedica esforços suficientes para combater as queimadas e questionam as ligaçãos do presidente Jair Bolsonaro com o agronegócio.
O acordo UE-Mercosul foi fechado em junho, à época da cúpula do G20 no Japão, após 20 anos de negociações. Os parlamentos de todos os países-membros do bloco europeu ainda precisam ratificar o pacto, mas os governos parecem divididos em relação à questão.