Os observadores internacionais que chegam à Bolívia no final desta semana receberão uma denúncia das mãos do próprio presidente. Em vídeo divulgado em suas redes sociais, Evo Morales (MAS) diz ter gravações em que civis e ex-militares preparam um golpe de Estado, caso ele seja reeleito para o quarto mandato no próximo domingo (20/10).
Segundo Morales, o golpe é organizado por comitês sediados em La Paz, Cochabamba e Santa Cruz, e inclui o plano de incendiar a Casa Grande del Pueblo, palácio presidencial inaugurado em 2018.
Desde a semana passada, o clima é de enfrentamento entre o governo e a oposição, representada pelo ex-presidente Carlos Mesa e pelo senador e empresário Óscar Ortiz, ambos apoiados por setores ligados à direita tradicional boliviana. O ápice das tensões ocorreu durante um comício de Morales na cidade de Potosí. Cidadãos que entraram em greve para questionar o modo como o governo conduz o processo de industrialização do lítio entraram em conflito com apoiadores do Movimento ao Socialismo (MAS).
Na capital La Paz, onde a reportagem do Brasil de Fato está neste momento, o clima é de apreensão. Pouco a pouco, as ruas começam a ser tomadas por integrantes da Polícia Nacional Boliviana. Analistas políticos preveem que pode haver detenções nas próximas horas, com base em um possível rastreamento das mensagens que chegaram às mãos do presidente.
Evo Morales lidera a corrida presidencial com 40%, seguido por Mesa, com 22%, e Ortiz, com 10% das intenções de voto.