O governo da Argentina afirmou nesta quinta-feira (19/12) que considera o pedido de prisão contra o ex-presidente boliviano Evo Morales uma “farsa” e que “não entregará por nenhum motivo” o político, que está refugiado no país, às autoridades da Bolívia. A informação é do portal argentino Infobae.
O presidente Alberto Fernández, diz o Infobae, conversou com Morales na noite desta quarta, e garantiu que Buenos Aires irá proteger a integridade física do boliviano e impedir que ele seja entregue ao governo de facto da presidente autoproclamada Jeanine Áñez. Fernández determinou que a segurança do ex-presidente seja reforçada.
A chancelaria da Argentina reafirmou que considera Morales um refugiado político. “Vamos proteger Evo Morales porque é isso o que deve ser feito em sua qualidade de refugiado político e porque todo o pedido de detenção é uma farsa”, afirmou, ao Infobae, uma autoridade do governo. Por este motivo, disse o governo, o boliviano goza de “imunidade e proteção diplomática”.
“A Argentina não está obrigada a dar uma resposta legal a um pedido que considera fora de lugar, já que se considera que é uma solicitação contra um refugiado político”, disse a autoridade ao Infobae. O governo argentino, de qualquer forma, está analisando o pedido e estuda dar uma resposta legal ao pedido.
Mandado de prisão
O Ministério Público de La Paz emitiu nesta quarta-feira (18/12) uma ordem de prisão contra Morales pelos crimes de "sedição e terrorismo".
Segundo a presidente autoproclamada Áñez, as acusações contra o ex-mandatário se baseiam em supostas ligações telefônicas que Evo teria feito durante sua estada no México pedindo a líderes políticos que realizassem sabotagens no país.
O ex-presidente, forçado a renunciar ao cargo no dia 10 de novembro após um golpe de Estado, já denunciou a falsidade dessas ligações e garantiu que "o povo unido, organizado, seguirá empenhado pelo bem da democracia".
Pelo Twitter, Evo afirmou que a ordem de prisão é "inconstitucional, injusta e ilegal" e ironizou o pedido pelo fato de coincidir com o aniversário de 14 anos de seu primeiro mandato.
"Nos 14 anos de nossa revolução, o 'melhor presente' que recebo do governo de facto é uma ordem de prisão, injusta, ilegal e inconstitucional. Não me assusta, enquanto tenho vido seguirei com mais força na luta política e ideológica por uma Bolívia livre e soberana", disse