A representação diplomática dos Estados Unidos na capital iraquiana aconselhou seus cidadãos a deixarem o Iraque "imediatamente", poucas horas depois da morte de Suleimani. A recomendação é que os cidadãos deixem o país "de avião enquanto é possível", já que o bombardeio aconteceu no aeroporto de Bagdá, ou "sigam para outros países por via terrestre".
O Iraque divide fronteira com o Irã e a Síria em guerra, além da Arábia Saudita e da Turquia – as alternativas mais recomendadas aos norte-americanos. O primeiro-ministro do Iraque, Adel Abdel Mahdi, afirmou nesta sexta-feira (03/01) que o ataque norte-americano que matou o general iraniano Qassim Soleimani e o líder paramilitar iraquiano Abu Mehdi Al Muhandisva vai "desencadear uma guerra devastadora no Iraque".
Luto e vingança - Para o presidente iraniano, Hassan Rohani, a morte de Suleimani faz com que o país esteja ainda mais determinado “a resistir ao expansionismo dos Estados Unidos e a defender os valores islâmico.” Segundo ele, “não há dúvidas de que o Irã e as outras nações em busca da liberdade na região vão querer vingança.” Ali Khamenei, guia supremo da Revolução Iraniana, declarou que o ataque norte-americano “dobrou a motivação do país”, e decretou três dias de luto no país.
"O assassinato de um comandante militar iraquiano que ocupava um posto oficial é uma agressão contra o Iraque, seu Estado, seu governo e seu povo", afirmou Abdel Mahdi, em um comunicado. Abu Mehdi Al Muhandis era o número dois da Hashd Al Shaabi, uma coalizão de paramilitares pró-Irã integrada ao Estado.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, decidiu, nesta sexta-feira (03/01), interromper sua viagem na Grécia depois da morte do general iraniano Qassim Suleimani. A morte do general causa bastante preocupação em Israel, onde são esperadas represálias dos aliados do Irã na região, como o Hezbollah, o Hamas ou o Jihad Islâmico em Gaza. O ministro da Defesa, Naftali Bennet, convocou em Tel Aviv os responsáveis militares do país para avaliar a situação.
Outros países reagiram ao bombardeio. Na Rússia, o presidente da comissão de Negócios Internacionais, Konstantin Kosachev, disse que a operação americana vai “certamente aumentar a tensão na região.”
Para o ministro britânico das Relações Exteriores, Dominic Raab, é preciso evitar a escalada da violência. “Um outro conflito não nos interessa”, declarou. Esta também é a opinião da secretária para os Assuntos Europeus, Amélie de Montchalin, Paris busca criar “condições para a paz na região, ou pelo menos mais estabilidade.”Já a China pediu aos Estados Unidos devem evitar novas tensões. “Pedimos instantaneamente a todas as partes “que tenham calma”