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Objetivo era destruir opositores, diz Cristina sobre espionagem de Macri

Jun 12, 2020

 Por Ópera Mundi                                                                                                                                      

 

A vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, afirmou nesta quinta-feira (11/06) que as supostas espionagens ilegais durante o governo do ex-presidente Mauricio Macri tinham como objetivo "destruir opositores". A declaração ocorreu após a ex-mandatária do país tomar conhecimento das provas que apontam que ela, junto com outras personalidades políticas e jornalistas, foi espionada ilegalmente pela Agência Federal de Inteligência (AFI) argentina durante a gestão Macri.

Em um vídeo divulgado pelo Twitter, Cristina disse que confirmou o que "sempre" desconfiou e denunciou. A ex-presidente disse que o episódio é "a trama mais escandalosa que se tem memória na democracia do país".

Nesta semana, a vice-presidente esteve nos tribunais da cidade de Lomas de Zamora, onde o caso tramita, e teve acesso aos arquivos que mostram interceptações da AFI sobre sua vida pessoal e política. Segundo Cristina, ela escutou "as gravações que falavam sobre minha pessoa, sobre o Instituto Pátria e também sobre a Unidade Cidadã, força política que construímos em 2017 e que foi verdadeiramente ponta de lança contra tudo isso".

Cristina já havia declarado que “este é um escândalo verdadeiro e sem precedentes”, e responsabilizou diretamente Mauricio Macri pela espionagem.

A denúncia feita pela atual gestão da AFI apontou que personalidades políticas e mais de 400 jornalistas foram espionados ilegalmente durante o governo Macri.

O ex-presidente foi acusado formalmente do dia 29 de maio pela promotoria federal argentina. Segundo a autora da denúncia, a funcionária da AFI Cristina Caamaño, "e-mails de quase cem pessoas foram espionados sem nenhuma ordem judicial".

Ainda segundo Caamaño, os jornalistas que foram alvos de espionagem tinham perfis construídos com preferências políticas e ideológicas.

"[As fichas têm] preferências políticas, publicações em redes sociais, simpatia com relação a grupos feministas e de conteúdo político e/ou cultural, entre outras", afirma a funcionária.

 

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