"Dei instruções de fechar a fronteira com a Colômbia em San Antonio del Táchira e em Ureña de maneira imediata por 72 horas", anunciou o presidente venezuelano via telefone durante o programa de televisão do presidente do parlamento, Diosdado Cabello.
Maduro também disse que deu instruções ao ministro do Interior, Gustavo González López, e ao ministro da Defesa, Vladimir Padriño, para executar na região um esquema especial de segurança que o governo chama de OLP (Operação de Libertação do Povo).
Segundo o governador do estado fronteiriço de Táchira, José Gregorio Vielma Mora, o ataque ocorreu às 16h30 (18h de Brasília) da quarta (19/08), quando militares venezuelanos interceptaram um suposto grupo de contrabandistas que tinha "uma carga de mercadorias pronta para levar à Colômbia".
A troca de tiros deixou um civil não identificado ferido, bem como os tenentes Alexis Rodríguez e Daniel Veloz Santaella, além do soldado Miguel Nuñez, reportou Telesur. De acordo com Maduro, foram ferimentos "de gravidade" e as vítimas estão sendo atendidas no Hospital Militar de Táchira.
“Sinto repúdio e dor por esse ataque (...) todo nosso povo deve se solidarizar com a Força Armada Nacional, militares que estão na fronteira defendendo o direito à pátria com sua moral, disciplina e entrega... Já basta de terrorismo do paramilitarismo e que chegue a hora da justiça para Táchira!”, afirmou Maduro.
Grupos paramilitares na Colômbia
O líder venezuelano ainda pediu colaboração das autoridades colombianas para a identificação e captura dos responsáveis do que classifica como “emboscada” na fronteira. Os dois países compartilham uma fronteira de 2.219 quilômetros na qual existe uma forte atividade de contrabando de produtos, principalmente combustíveis de Caracas rumo a Bogotá.
Na terça-feira (18/08), Maduro divulgou um vídeo que revela como funciona uma rede de apoio às ações de 30 grupos paramilitares, treinados na Colômbia e com vínculos nos Estados Unidos, com o propósito de provocar atos violentos na Venezuela.
O protagonista do vídeo é José Pérez Venta, suposto assassino da militante opositora Liana Hergueta, morta há duas semanas. Na produção, ele explica que foi treinado por colombianos para o manejo de armas e explosivos e que o país vizinho foi responsável pelo financiamento das atividades desses grupos paramilitares.
Além disso, Venta diz ter se encontrado com o ex-presidente colombiano, Álvaro Uribe, e com o candidato derrotado na última eleição presidencial colombiana, Óscar Ivan Zuluaga. Segundo o réu, também estariam envolvidos no processo de financiamento os políticos norte-americanos Ileana Ros-Lehtinen e Marco Rubio, pré-candidato à presidência dos Estados Unidos pelo Partido Republicano.