O governo do Reino Unido anunciou na segunda-feira (5/4) que passará para a próxima etapa do relaxamento de medidas do lockdown, que está em vigor no país desde o início do ano.
O primeiro-ministro, Boris Johnson, disse que essa decisão foi tomada com base nos dados que apontam que o esforço feito pelo povo britânico "está valendo a pena".
A segunda etapa do plano de abertura entrará em vigor em 12 de abril. Ela prevê:
- Reabertura de Lojas não essenciais e serviços de contato próximo, como cabeleireiros e barbeiros;
- Restaurantes e pubs podem começar a servir os clientes ao ar livre, sem a necessidade de que uma refeição substancial eja servida junto com bebida alcoólica e sem toque de recolher. As pessoas terão que comer e beber sentadas;
- Academias e spas podem reabrir, assim como zoológicos, parques temáticos, bibliotecas e centros comunitários;
- Membros da mesma família podem tirar férias na Inglaterra em acomodações independentes;
- Casamentos com presença de até 15 pessoas estão liberados;
- O número de visitantes em lares de idosos permitidos aumentará para dois por residente;
- Todas as crianças poderão participar de qualquer atividade infantil em ambientes fechados, incluindo esportes;
- Reuniões de grupos de pais e filhos de até 15 pessoas (sem contar crianças menores de 5 anos) dentro de casa.
As pessoas devem continuar a trabalhar em casa se puderem e minimizar os deslocamentos. As viagens de lazer para o exterior ainda não são permitidas.
As reuniões ao ar livre ainda devem ser limitadas a seis pessoas ou duas famílias e não se deve socializar em ambientes fechados com ninguém com quem não more junto ou não faça parte de seu grupo de apoio.
Boris Johnson pediu que a população se vacine e faça testes. "Um terço das pessoas não têm sintomas", lembrou o premiê britânico.
Ele também explicou que o governo está divulgando hoje suas "primeiras avaliações" sobre o retorno dos eventos e o potencial dos "certificados de status de covid" para confirmar se alguém tem imunidade ao vírus.
Mortes e hospitalizações despencam com lockdown e vacinação
De acordo com o médico-chefe do governo do Reino Unido, Chris Whitty, cerca de 31,6 milhões dos 66,8 milhões de habitantes já receberam a primeira dose da vacina contra covid-19, e 5,4 milhões também tomaram a segunda dose.
Whitty disse que as taxas de aplicação da vacina têm sido "incríveis" e que o Reino Unido caminha na direção certa.
O sucesso do programa de imunização era um dos quatro critérios do governo britânico para a progressão de fase da saída do lockdown, que começou em 29 de março, com o primeiro relaxamento de medidas.
O segundo critério são as evidências de que as vacinas são eficazes para reduzir hospitalizações e mortes.
Whitty explicou que, no Reino Unido, houve queda nos casos sintomáticos de cerca de 60% e de 80% em internações entre aqueles que foram imunizados em comparação com quem ainda não tomou a vacina.
O médico ressaltou que isso mostra que as vacinas são altamente eficazes, mas não completamente eficazes e que, por isso, as pessoas devem garantir que receberão a segunda dose.
"Isso reforçará e aumentará a duração dessa proteção", disse ele.
O terceiro critério usado pelo governo foram as taxas de infecção. Nos níveis atuais, elas não oferecem um risco de haver um aumento nas hospitalizações capaz de colocar o sistema de saúde sob uma pressão insustentável.
De acordo com Whitty, o número de pessoas hospitalizadas com covid-19 tem caído constantemente, assim como o número de óbitos.
A média móvel de mortes, referente aos sete dias imediatamente anteriores, é agora de cerca de 47 por dia, bem abaixo do pico de 1,3 mil no começo deste ano.
Por fim, o governo britânico avalia que as novas variantes do coronavírus não apresentam até agora características que aumentem os riscos associados à pandemia.
Governo estuda 'certificado de covid'
O governo britânico também atualizou sua posição sobre os "certificados de status de covid".
O governo avalia que esses certificados podem ter um papel importante a desempenhar nacional e internacionalmente, como uma medida temporária.
Mas ressaltou que nem todas as pessoas podem se vacinar (estes e outros casos poderiam receber isenções) e que os certificados devem poder ser obtidos por meio de exames.
O governo britânico também defendeu que há alguns ambientes, como serviços públicos essenciais, transporte público e lojas de produtos essenciais, onde o certificado nunca deve ser exigido, a fim de garantir o acesso de todos.
Fazer isso pode ser útil em lugares como teatros, boates e eventos de massa, para ajudar a gerenciar os riscos.
O governo disse que iniciará testes em alguns desses ambientes, mas explicou que ainda conversa com os diferentes setores da economia e que a certificação não fará parte da terceira etapa do plano.
A partir desta próxima fase, a maioria das restrições para reuniões em locais públicos devem ser suspensas.
Boris Johnson também disse esperar que também possa autorizar o retorno das viagens internacionais na terceira etapa, que está prevista para 17 de maio.